CAMPANI, Adriana (
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AUTOBIOGRAFIA DE FORMAÇÃO DOCENTE: REFERENCIAIS PARA ANÁLISE DO DISCURSO PEDAGÓGICO DOS DOCENTES UNIVERSITÁRIOS CAMPANI, Adriana ([email protected]) Universidade Federal do Ceará/Brasil RESUMO O objetivo do texto é analisar o discurso pedagógico dos docentes do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Brasil (sujeitos da pesquisa) a partir das entrevistas autobiográficas de formação docente. A autobiografia de formação cumpre uma dupla função, pois é um instrumento de investigação e formação docente, possibilitando um processo de “autoformação” que permite o docente estabelecer um processo de confronta mento com o discurso pedagógico que produz sua prática, ou seja, com o seu próprio discurso. É com base nos referenciais teórico-metodológicos da autobiografia de formação docente e do princípio da autoformação que é analisado o discurso pedagógico dos sujeitos da pesquisa. O discurso pedagógico é produzido por práticas que envolvem poder-saber e técnicas que tem efeitos produtivos e práticos sobre os sujeitos e objetos. São múltiplos discursos instituindo um campo que concorrem na produção de formas de subjetividade demarcando diferenciações, presenças, exclusões, saberes e verdades acerca de como pensar, ser e agir produzindo formas de subjetivação docente. Este estudo permitiu compreender que não há uma forma de ensinar, não há uma única forma de se relacionar com o conhecimento, não há uma única forma de produzir conhecimento, não há uma única forma de conceber a prática docente. Sendo assim não há uma pedagogia que produz a prática docente, mas há, em momentos específicos, aquela que diante das relações de poder e das práticas institucionais irá prevalecer e será colocada como necessária. São docentes que vêem a sua prática no Curso de Pedagogia de formas diferenciadas de acordo com o seu saber que é plural e cultural. Esse saber se constrói e reconstrói produzindo práticas que retratam as culturas docentes em ação como diz Tardif (1991). A cultura em ação se faz e se produz na relação que o docente estabelece com o conhecimento em determinado espaço-histórico. Nesse sentido, o docente exerce uma prática contextualizada, histórica e cultural, ancorada em sua formação, em seus valores e sua prática institucional. Entendo que o discurso pedagógico dos docentes do curso estudado é produzido por uma prática social docente. Alguns elementos dessa prática foram partilhados nos discursos autobiográficos dos participantes dessa pesquisa. Na perspectiva de alguns autores como Nóvoa (1988) e Ferrarotti (1988) é nessa partilha que se gera o saber, cuja produção se dá na "consciência contextualizada" de cada docente. XV Colóquio AFIRSE – Complexidade: um novo paradigma para investigar e intervir em educação? Autobiografia de Formação Docente: referenciais para análise do discurso pedagógico dos docentes universitários CAMPANI, Adriana RESUME L'objectif de cette recherche est d’analyser le discours pédagogique des professeurs du Cours de Pédagogie de l'Université Fédérale du Rio Grande Do Sul (Brésil), à partir des entretiens autobiographiques sur la formation enseignante. L'autobiographie de la formation accomplit une double fonction, car elle un instrument de recherche et de «formation enseignante», en rendant possible un processus «d’autoformation» qui permet au professeur d’établir un processus de d’analyse du discours pédagogique produit par sa pratique, c’est-à-dire, de son propre discours, en permettant également au chercheur d’analyser ces discours. Le discours pédagogique est produit par des pratiques qui englobent des effets productifs et pratiques sur les sujets et les objets. Ce sont de multiples discours qui instituent un champ concourant à la production de formes de subjectivité, en délimitant des différenciations, des présences, des exclusions, des savoirs et des vérités relatives à la manière de penser, d’être et d’agir, en produisant des formes de subjectivation enseignante. Les professeurs observent leur pratique dans le Cours de Pédagogie sous un point de vue différencié, conformément à leur savoir pluriel et culturel. Ce savoir se construit et se reconstruit en produisant les pratiques qui constituent le portrait culturel des enseignants dans l’action, comme a dit Tardif (1991). Nous analysons le discours pédagogique des sujets de la recherche sur la base des référentiels teórico-metodologiques de l'autobiographie de la formation de l’enseignant et du début de l'autoformation. Cette étude a permis de comprendre qu'il n'y a pas une seule forme d'enseigner, il n'y a pas une seule forme d’être en rapport avec la connaissance, il n'y a pas une seule forme de produire la connaissance, il n'y a pas une seule forme de concevoir la pratique d’enseigner. C’est-à-dire qu’il n'y a pas une pédagogie qui produit la pratique du professeur, mais il y a, dans certains cas spécifiques, celle qui devant les relations de pouvoir et les pratiques institutionnelles, ira prévaloir et sera ´censée nécessaire. La culture dans l’action se fait et se produit dans la relation que le professeur établit avec la connaissance dans un certain espace historique. Dans ce cas, le professeur exerce une pratique contextualisée, historique et culturelle, ancrée dans sa formation, dans ses valeurs et dans sa pratique institutionnelle. Nous pouvons comprendre que le discours pédagogique des professeurs du cours est produit par une pratique sociale enseignante. Quelques éléments de cette pratique ont été partagés dans les discours autobiographiques des participants à cette recherche. Dans la perspective de quelques auteurs comme Nóvoa (1988) et Ferrarotti (1988) c’est ce partage qui produit le savoir, dont la production se réalise dans la «conscience contextuelle» de chaque professeur.