Direitos e deveres dos detidos
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Direitos e deveres dos detidos
INFORMAÇÕES IMEDIATAS (artigo 4.º do Despacho n.º 12786/2009, de 29 de Maio (DR, 2ª série, n.º104) Direitos e deveres dos detidos I. Direitos e deveres dos detidos na Constituição da República Portuguesa Artigo 27.º Direito à liberdade e à segurança 1. Todos têm direito à liberdade e à segurança. 2. Ninguém pode ser total ou parcialmente privado da liberdade, a não ser em consequência de sentença judicial condenatória pela prática de acto punido por lei com pena de prisão ou de aplicação judicial de medida de segurança. 3. Exceptua-se deste princípio a privação da liberdade, pelo tempo e nas condições que a lei determinar, nos casos seguintes: a) Detenção em flagrante delito; b) Detenção ou prisão preventiva por fortes indícios de prática de crime doloso a que corresponda pena de prisão cujo limite máximo seja superior a três anos; c) Prisão, detenção ou outra medida coactiva sujeita a controlo judicial, de pessoa que tenha penetrado ou permaneça irregularmente no território nacional ou contra a qual esteja em curso processo de extradição ou de expulsão; d) Prisão disciplinar imposta a militares, com garantia de recurso para o tribunal competente; e) Sujeição de um menor a medidas de protecção, assistência ou educação em estabelecimento adequado, decretadas pelo tribunal judicial competente; f) Detenção por decisão judicial em virtude de desobediência a decisão tomada por um tribunal ou para assegurar a comparência perante autoridade judiciária competente; g) Detenção de suspeitos, para efeitos de identificação, nos casos e pelo tempo estritamente necessários; h) Internamento de portador de anomalia psíquica em estabelecimento terapêutico adequado, decretado ou confirmado por autoridade judicial competente. 4. Toda a pessoa privada da liberdade deve ser informada imediatamente e de forma compreensível das razões da sua prisão ou detenção e dos seus direitos. 5. A privação da liberdade contra o disposto na Constituição e na lei constitui o Estado no dever de indemnizar o lesado nos termos que a lei estabelecer. Artigo 28.º Prisão preventiva 1. A detenção será submetida, no prazo máximo de quarenta e oito horas, a apreciação judicial, para restituição à liberdade ou imposição de medida de coacção adequada, devendo o juiz conhecer das causas que a determinaram e comunicá-las ao detido, interrogá-lo e dar-lhe oportunidade de defesa. 2. A prisão preventiva tem natureza excepcional, não sendo decretada nem mantida sempre que possa ser aplicada caução ou outra medida mais favorável prevista na lei. 3. A decisão judicial que ordene ou mantenha uma medida de privação da liberdade deve ser logo comunicada a parente ou pessoa da confiança do detido, por este indicados. 4. A prisão preventiva está sujeita aos prazos estabelecidos na lei. Artigo 29.º Aplicação da lei criminal 1. Ninguém pode ser sentenciado criminalmente senão em virtude de lei anterior que declare punível a acção ou a omissão, nem sofrer medida de segurança cujos pressupostos não estejam fixados em lei anterior. 2. O disposto no número anterior não impede a punição, nos limites da lei interna, por acção ou omissão que no momento da sua prática seja considerada criminosa segundo os princípios gerais de direito internacional comummente reconhecidos. 3. Não podem ser aplicadas penas ou medidas de segurança que não estejam expressamente cominadas em lei anterior. 4. Ninguém pode sofrer pena ou medida de segurança mais graves do que as previstas no momento da correspondente conduta ou da verificação dos respectivos pressupostos, aplicando-se retroactivamente as leis penais de conteúdo mais favorável ao arguido. 5. Ninguém pode ser julgado mais do que uma vez pela prática do mesmo crime. 6. Os cidadãos injustamente condenados têm direito, nas condições que a lei prescrever, à revisão da sentença e à indemnização pelos danos sofridos. Artigo 30.º Limites das penas e das medidas de segurança 1. Não pode haver penas nem medidas de segurança privativas ou restritivas da liberdade com carácter perpétuo ou de duração ilimitada ou indefinida. 2. Em caso de perigosidade baseada em grave anomalia psíquica, e na impossibilidade de terapêutica em meio aberto, poderão as medidas de segurança privativas ou restritivas da liberdade ser prorrogadas sucessivamente enquanto tal estado se mantiver, mas sempre mediante decisão judicial. 3. A responsabilidade penal é insusceptível de transmissão. 4. Nenhuma pena envolve como efeito necessário a perda de quaisquer direitos civis, profissionais ou políticos. 5. Os condenados a quem sejam aplicadas pena ou medida de segurança privativas da liberdade mantêm a titularidade dos direitos fundamentais, salvas as limitações inerentes ao sentido da condenação e às exigências próprias da respectiva execução. Artigo 31.º Habeas corpus 1. Haverá habeas corpus contra o abuso de poder, por virtude de prisão ou detenção ilegal, a requerer perante o tribunal competente. 2. A providência de habeas corpus pode ser requerida pelo próprio ou por qualquer cidadão no gozo dos seus direitos políticos. 3. O juiz decidirá no prazo de oito dias o pedido de habeas corpus em audiência contraditória. Artigo 32.º Garantias de processo criminal 1. O processo criminal assegura todas as garantias de defesa, incluindo o recurso. 2. Todo o arguido se presume inocente até ao trânsito em julgado da sentença de condenação, devendo ser julgado no mais curto prazo compatível com as garantias de defesa. 3. O arguido tem direito a escolher defensor e a ser por ele assistido em todos os actos do processo, especificando a lei os casos e as fases em que a assistência por advogado é obrigatória. 4. Toda a instrução é da competência de um juiz, o qual pode, nos termos da lei, delegar noutras entidades a prática dos actos instrutórios que se não prendam directamente com os direitos fundamentais. 5. O processo criminal tem estrutura acusatória, estando a audiência de julgamento e os actos instrutórios que a lei determinar subordinados ao princípio do contraditório. 6. A lei define os casos em que, assegurados os direitos de defesa, pode ser dispensada a presença do arguido ou acusado em actos processuais, incluindo a audiência de julgamento. 7. O ofendido tem o direito de intervir no processo, nos termos da lei. 8. São nulas todas as provas obtidas mediante tortura, coacção, ofensa da integridade física ou moral da pessoa, abusiva intromissão na vida privada, no domicílio, na correspondência ou nas telecomunicações. 9. Nenhuma causa pode ser subtraída ao tribunal cuja competência esteja fixada em lei anterior. 10. Nos processos de contra-ordenação, bem como em quaisquer processos sancionatórios, são assegurados ao arguido os direitos de audiência e defesa. Artigo 33.º Expulsão, extradição e direito de asilo 1. Não é admitida a expulsão de cidadãos portugueses do território nacional. 2. A expulsão de quem tenha entrado ou permaneça regularmente no território nacional, de quem tenha obtido autorização de residência, ou de quem tenha apresentado pedido de asilo não recusado só pode ser determinada por autoridade judicial, assegurando a lei formas expeditas de decisão. 3. A extradição de cidadãos portugueses do território nacional só é admitida, em condições de reciprocidade estabelecidas em convenção internacional, nos casos de terrorismo e de criminalidade internacional organizada, e desde que a ordem jurídica do Estado requisitante consagre garantias de um processo justo e equitativo. 4. Só é admitida a extradição por crimes a que corresponda, segundo o direito do Estado requisitante, pena ou medida de segurança privativa ou restritiva da liberdade com carácter perpétuo ou de duração indefinida, se, nesse domínio, o Estado requisitante for parte de convenção internacional a que Portugal esteja vinculado e oferecer garantias de que tal pena ou medida de segurança não será aplicada ou executada. 5. O disposto nos números anteriores não prejudica a aplicação das normas de cooperação judiciária penal estabelecidas no âmbito da União Europeia. 6. Não é admitida a extradição, nem a entrega a qualquer título, por motivos políticos ou por crimes a que corresponda, segundo o direito do Estado requisitante, pena de morte ou outra de que resulte lesão irreversível da integridade física. 7. A extradição só pode ser determinada por autoridade judicial. 8. É garantido o direito de asilo aos estrangeiros e aos apátridas perseguidos ou gravemente ameaçados de perseguição, em consequência da sua actividade em favor da democracia, da libertação social e nacional, da paz entre os povos, da liberdade e dos direitos da pessoa humana. 9. A lei define o estatuto do refugiado político. II. Direitos e deveres dos detidos no Código de Processo Penal Artigo 61.º Direitos e deveres processuais 1. O arguido goza, em especial, em qualquer fase do processo e salvas as excepções da lei, dos direitos de: a) Estar presente aos actos processuais que directamente lhe disserem respeito; b) Ser ouvido pelo tribunal ou pelo juiz de instrução sempre que eles devam tomar qualquer decisão que pessoalmente o afecte; c) Ser informado dos factos que lhe são imputados antes de prestar declarações perante qualquer entidade; d) Não responder a perguntas feitas, por qualquer entidade, sobre os factos que lhe forem imputados e sobre o conteúdo das declarações que acerca deles prestar; e) Constituir advogado ou solicitar a nomeação de um defensor; f) Ser assistido por defensor em todos os actos processuais em que participar e, quando detido, comunicar, mesmo em privado, com ele; g) Intervir no inquérito e na instrução, oferecendo provas e requerendo as diligências que se lhe afigurarem necessárias; h) Ser informado, pela autoridade judiciária ou pelo órgão de polícia criminal perante os quais seja obrigado a comparecer, dos direitos que lhe assistem; i) Recorrer, nos termos da lei, das decisões que lhe forem desfavoráveis. 2. A comunicação em privado referida na alínea f) do número anterior ocorre à vista quando assim o impuserem razões de segurança, mas em condições de não ser ouvida pelo encarregado da vigilância. 3. Recaem em especial sobre o arguido os deveres de: a) Comparecer perante o juiz, o Ministério Público ou os órgãos de polícia criminal sempre que a lei o exigir e para tal tiver sido devidamente convocado; b) Responder com verdade às perguntas feitas por entidade competente sobre a sua identidade e, quando a lei o impuser, sobre os seus antecedentes criminais; c) Prestar termo de identidade e residência logo que assuma a qualidade de arguido; d) Sujeitar-se a diligências de prova e a medidas de coacção e garantia patrimonial especificadas na lei e ordenadas e efectuadas por entidade competente. Artigo 192.º Condições gerais de aplicação 2. Nenhuma medida de coacção ou de garantia patrimonial é aplicada quando houver fundados motivos para crer na existência de causas de isenção da responsabilidade ou de extinção do procedimento criminal. Artigo 194.º Despacho de aplicação e sua notificação 8. No caso de prisão preventiva, o despacho é comunicado de imediato ao defensor e, sempre que o arguido o pretenda, a parente ou a pessoa da sua confiança. Artigo 250.º Identificação de suspeito e pedido de informações 1. Os órgãos de polícia criminal podem proceder à identificação de qualquer pessoa encontrada em lugar público, aberto ao público ou sujeito a vigilância policial, sempre que sobre ela recaiam fundadas suspeitas da prática de crimes, da pendência de processo de extradição ou de expulsão, de que tenha penetrado ou permaneça irregularmente no território nacional ou de haver contra si mandado de detenção. 2. Antes de procederem à identificação, os órgãos de polícia criminal devem provar a sua qualidade, comunicar ao suspeito as circunstâncias que fundamentam a obrigação de identificação e indicar os meios por que este se pode identificar. 3. O suspeito pode identificar-se mediante a apresentação de um dos seguintes documentos: a) Bilhete de identidade ou passaporte, no caso de ser cidadão português; b) Título de residência, bilhete de identidade, passaporte ou documento que substitua o passaporte, no caso de ser cidadão estrangeiro. 4. Na impossibilidade de apresentação de um dos documentos referidos no número anterior, o suspeito pode identificar-se mediante a apresentação de documento original, ou cópia autenticada, que contenha o seu nome completo, a sua assinatura e a sua fotografia. 5. Se não for portador de nenhum documento de identificação, o suspeito pode identificar-se por um dos seguintes meios: a) Comunicação com uma pessoa que apresente os seus documentos de identificação; b) Deslocação, acompanhado pelos órgãos de polícia criminal, ao lugar onde se encontram os seus documentos de identificação; c) Reconhecimento da sua identidade por uma pessoa identificada nos termos do n.º 3 ou do n.º 4 que garanta a veracidade dos dados pessoais indicados pelo identificando. 6. Na impossibilidade de identificação nos termos dos n.os 3, 4 e 5, os órgãos de polícia criminal podem conduzir o suspeito ao posto policial mais próximo e compeli-lo a permanecer ali pelo tempo estritamente indispensável à identificação, em caso algum superior a seis horas, realizando, em caso de necessidade, provas dactiloscópicas, fotográficas ou de natureza análoga e convidando o identificando a indicar residência onde possa ser encontrado e receber comunicações. 7. Os actos de identificação levados a cabo nos termos do número anterior são sempre reduzidos a auto e as provas de identificação dele constantes são destruídas na presença do identificando, a seu pedido, se a suspeita não se confirmar. 8. Os órgãos de polícia criminal podem pedir ao suspeito, bem como a quaisquer pessoas susceptíveis de fornecerem informações úteis, e deles receber, sem prejuízo, quanto ao suspeito, do disposto no artigo 59.º, informações relativas a um crime e, nomeadamente, à descoberta e à conservação de meios de prova que poderiam perderse antes da intervenção da autoridade judiciária. 9. Será sempre facultada ao identificando a possibilidade de contactar com pessoa da sua confiança. Artigo 260.º Condições gerais de efectivação É correspondentemente aplicável à detenção o disposto no n.º 2 do artigo 192.º e no n.º 8 do artigo 194.º III. Direitos e deveres dos detidos no Despacho n.º 12786/2009, de 29 de Maio 4. Para exercício dos direitos referidos nos números anteriores, deve ser facultada ao detido a utilização de telefone do serviço responsável pela detenção, quando inexista telefone público. Artigo 3.º Regras e princípios fundamentais 1. Toda a pessoa privada da liberdade deve ser informada imediatamente e de forma compreensível das razões da sua detenção e dos seus direitos, podendo exercê-los a partir do momento da privação material da liberdade. 2. A privação da liberdade contra o disposto na Constituição da República Portuguesa e na lei constitui o Estado no dever de indemnizar o lesado. Artigo 6.º Assistência urgente 1. Após a detenção, o detido deve ser ajudado, na medida do possível, na resolução de problemas pessoais urgentes, designadamente os relacionados com os cuidados e a guarda de menores ou idosos na sua dependência, deixados sem vigilância em virtude da detenção. 2. A ajuda referida no número anterior deve ser prestada, em tempo útil, pelo serviço que efectuou a detenção, sem prejuízo da obrigação de diligenciar, junto das autoridades competentes, pela assistência posterior necessária. Artigo 4.º Informações imediatas 1. É obrigatória a afixação nos locais de detenção, de forma bem visível, de painel com informação sobre os direitos e os deveres dos detidos, contendo a transcrição integral dos artigos 27.º a 33.º da Constituição da República Portuguesa, 61.º, 250.º, 192.º, n.º 2, 194, n.º 8, aplicáveis ex vi artigo 260.º, todos do Código de Processo Penal. 2. A mesma informação deve constar de folheto disponível em vários idiomas, contendo também a indicação sumária dos direitos e deveres da pessoa detida, a entregar, pelos responsáveis da Polícia Judiciária, dos Tribunais ou dos serviços do Ministério Público, consoante o caso, a quem se encontre nessa situação. 3. A informação dos direitos de constituir advogado e de comunicar com familiar, pessoa de confiança, embaixada ou consulado, bem como a entrega do folheto informativo referido no número anterior, devem ficar documentadas, lavrando –se termo de notificação e entrega, que deve ser assinado pelo detido. A situação de recusa em assinar deverá ficar consignada no mesmo. 4. A informação referida no número anterior é efectuada numa língua que o detido compreenda, solicitando -se a presença de intérprete sempre que necessário. Artigo 5.º Contactos urgentes 1. O detido tem o direito de contactar imediatamente advogado ou defensor. 2. O detido tem o direito de informar imediatamente familiar ou pessoa da sua confiança sobre a situação em que se encontra. 3. O detido estrangeiro tem o direito de contactar imediatamente com as autoridades consulares do seu país. IMMEDIATE INFORMATION (Article 4 of Decision no. 12786/2009, dated 29 May 2009 (Diário da República, 2nd series – no. 104) Rights and Duties of Detainees I. Rights and duties of detainees in the Portuguese constitution Article 27 Right to liberty and security 1. Everyone has the right to liberty and security. 2. No person may be either wholly or partially deprived of his liberty, except when found guilty and sentenced by a court for the commission of an act punishable by law with imprisonment, or in case of a courtimposed security measure. 3. The following cases of deprivation of liberty for such time and under such conditions as the law may determine shall be exceptions to this principle: a) arrest in flagrante delicto; b) arrest or remand in custody where there is strong evidence of the intentional commission of a criminal offence punishable with imprisonment for a maximum term in excess of three years; c) imprisonment, arrest or any other coercive measure subject to judicial control imposed on a person who illegally entered or resides in Portugal, or who is currently the object of extradition or deportation proceedings; d) disciplinary arrest imposed on military personnel, subject to appeal to the competent court; e) application of measures intended to protect, assist or educate a minor in a suitable establishment, where ordered by the competent court of law; f) arrest under a court order for non-compliance with a court ruling or to ensure appearance before a competent judicial authority; g) arrest of suspects for identification purposes, in such cases and for such time as may be strictly necessary; h) admission of a person suffering from a mental disorder into an appropriate therapeutic establishment, when ordered or confirmed by a competent judicial authority. 4. Any person deprived of his liberty shall be promptly and clearly informed of the reasons for his arrest or remand in custody, and of the rights he is entitled to. 5. Deprivation of liberty contrary to the provisions of the constitution and the law shall require the State to pay damages to the injured party as provided for by the law. Article 28 Remand in custody 1. Within a maximum period of forty-eight hours, the arrest shall be submitted to judicial scrutiny with a view to either the detainee’s release or the imposition of an appropriate coercive measure; the judge shall hear the reasons for the arrest and inform the detainee thereof, examining him and offering him the opportunity to present a defence. 2. Remand in custody shall be exceptional in nature and shall not be ordered or maintained whenever it is possible to grant bail or apply another, more favourable measure provided for by the law. 3. Notice of any court ruling ordering or maintaining a measure involving deprivation of liberty shall be promptly served upon such relative or other person of trust as the detainee may appoint. 4. Remand in custody shall be subject to the time limits provided for by the law. Article 29 Application of criminal law 1. No one shall be sentenced under the criminal law unless the act or omission in question is punishable under the terms of a pre-existing law, nor shall any person be the object of a security measure unless the prerequisites are laid down in a pre-existing law. 2. The provisions of paragraph 1 shall not preclude punishment up to the limits provided for by internal Portuguese law with regard to an act or omission deemed criminal under the general principles of commonly recognized international law at the moment of commission. 3. No sentence or security measure shall apply unless it is expressly provided for in a pre-existing law. 4. No one shall be the object of a sentence or security measure that is more severe than those provided for when the conduct in question occurred, or when the prerequisites for the application of such a measure were fulfilled; criminal laws with a more favourable content for the defendant shall apply retroactively. 5. No one shall be tried more than once for the same criminal offence. 6. Unjustly convicted citizens shall be entitled to the right to have their sentences reviewed and to receive damages under the terms provided for by the law. Article 30 Limits on sentences and security measures 1. No liberty depriving or restricting sentence or security measure shall be perpetual in nature nor have unlimited or undetermined duration. 2. In cases of danger based on a serious mental disorder for which treatment in an open environment is not possible, liberty depriving or restricting security measures may be successively extended for such time as the mental state in question is maintained, though always subject to a court ruling. 3. Criminal liability shall not be transferable. 4. No sentence shall automatically result in the loss of any civil, professional or political rights. 5. Convicted persons undergoing a liberty depriving sentence or security measure shall retain their fundamental rights, subject to such limitations as are imposed by the nature of the penalty and by the specific requirements of execution. Article 31 Habeas corpus 1. Habeas corpus shall be available to counter the misuse of power in the form of an illegal arrest, remand in custody or imprisonment; applications for habeas corpus shall be made to the competent court. 2. The application for a habeas corpus order may be made by the person in question, or by any citizen exercising his political rights. 3. Within eight days of an application for habeas corpus, the judge shall rule thereon in an adversary hearing. Article 32 Safeguards in criminal proceedings 1. Criminal proceedings shall ensure all necessary safeguards for the defence, including the right to appeal. 2. Every defendant shall be presumed innocent until his sentence is res judicata, and shall be brought to trial as early as is compatible with the safeguards of defence. 3. The defendant shall have the right to choose defence counsel and to be assisted by him at any stage of the proceedings; the cases and stages of the proceedings in which assistance by a lawyer is mandatory are set out in the law. 4. Preliminary investigations shall be conducted entirely under the responsibility of a judge, who may, subject to the terms of the law, delegate to other persons or bodies the performance of such investigative actions as do not directly concern fundamental rights. 5. Criminal proceedings have an accusatory structure, and trial hearings and such preliminary investigative acts as the law may require shall be subject to the principle of adversary argument. 6. The law shall set out the cases in which, subject to safeguarding the rights of the defence, the attendance of the defendant or accused at any stage of the proceedings, including trial hearings, may be dispensed with. 7. Victims shall have the right to take part in proceedings as provided for by the law. 8. All evidence obtained by torture or coercion, by injuring a person’s physical or moral integrity, by intrusion into another person’s private life, home, correspondence or telecommunications shall be deemed null and void. 9. No case shall be transferred from a court having jurisdiction under an earlier law. 10. Defendants in regulatory proceedings or in any proceedings in which penalties may be imposed shall have the right to be heard and to defence. Article 33 Deportation, extradition and right of asylum 1. No Portuguese citizen shall be deported from Portuguese territory. 2. Deportation of anyone who legally entered or resides in Portugal, has been granted a residence permit, or has submitted a request for asylum that has not been refused may only be ordered by a judicial authority; the law shall ensure expedite forms of ruling in such cases. 3. Extradition of Portuguese citizens from Portuguese territory shall only be allowed where an international agreement has established reciprocal extradition arrangements, or in cases of terrorism or international organized crime, and on the condition that the requesting state’s legal system enshrines guarantees of a fair and just trial. 4. Extradition for crimes that are punishable under the requesting state’s law in perpetuity or for an undefined period by a liberty depriving or restricting sentence or security measure, shall only be allowed in the event that the requesting state is a party to an international agreement which is binding for Portugal, and offers guarantees that such a sentence or security measure will not be applied or executed. 5. The provisions of the previous paragraphs shall not prejudice the application of such rules governing judicial cooperation in criminal matters as laid down in the framework of the European Union. 6. No one shall be extradited or handed over on any ground whatsoever for political reasons or for crimes which are under the requesting state’s law punishable by death or by any other sentence resulting in irreversible damage to a person’s physical integrity. 7. Extradition shall only be ordered by a judicial authority. 8. The right to asylum shall be guaranteed to foreigners and stateless persons who are the object or are under serious threat of persecution as a result of their activities for democracy, social and national liberation, peace among peoples, freedom, and the rights of the human person. 9. The law shall define the status of political refugee. II. Rights and duties of detainees in the Code of Criminal Procedure Section 61 Procedural rights and duties 1. The defendant is at any stage of the proceedings and with the exceptions provided for by the law specifically entitled to the following rights: a) To attend any stage of the proceedings that concerns him directly; b) To be heard before the court or investigating magistrate where they must make a decision affecting the defendant personally; c) To be informed of the charges against him before making any statement to an official body; d) Not to answer questions asked by any official body about the facts he is charged with nor about any statements he made in respect thereof; e) To nominate a lawyer or to request the court to assign defence counsel; f) To let defence counsel act on his behalf in every stage of the proceedings he participates in and to communicate with defence counsel, even in private, when in custody; g) To intervene in the inquiries conducted by the prosecutor and the investigating magistrate, by giving evidence and requesting any action deemed necessary; h) To be informed by the judicial authority or criminal police body before whom he is compelled to appear of the rights he is entitled to; i) To appeal from unfavourable decisions, as provided for by the law. 2. The private communication mentioned in subsection (1)(f) shall take place in sight where required for security reasons, although under conditions to prevent it from being overheard by the guard. 3. The defendant has the following specific duties: a) To appear before the judge, the Prosecution Service or criminal police bodies where required by the law and having been duly summoned to attend; b) To tell the truth regarding questions asked by any competent body about his identity and, where required by the law, about his criminal record; c) To provide a statement regarding his personal details and residence as soon as he is charged as a defendant; d) To submit to evidence gathering investigations, as well as to coercive and property preservation measures provided for by the law and ordered and applied by a competent body. Section 192 General conditions for application 2. No coercive or property preservation measure shall be applied whenever there are reasonable grounds to believe in the existence of grounds for exemption from liability or for termination of criminal proceedings. Section 194 Order for application and notice thereof 8. In case of remand in custody, notice of the order shall be promptly served upon defence counsel, and whenever so requested by the defendant, upon a relative or upon a person of trust. Section 250 Identification of a suspect and request for information 1. The criminal police bodies may identify any person found in a public place, or in a place open to the public or subject to police surveillance, whenever there are reasonable grounds to suspect that the person in question has committed a criminal offence, that extradition or deportation proceedings against him are pending, that he has illegally entered or resides in Portugal or that an arrest warrant was issued against him. 2. Before starting the identification procedure, the criminal police officers must identify themselves, inform the suspect of the grounds for mandatory identification and indicate the means by which the suspect may identify himself. 3. The suspect may identify himself by producing one of the following documents: a) Identity card or passport, in case he is a Portuguese citizen; b) Residence permit, identity card, passport or a document replacing it, in case he is a foreign citizen. 4. If production of one of the documents mentioned under subsection (3) above is impossible, the suspect may identify himself by producing an original document or a certified copy thereof containing his complete name, signature and photograph. 5. If the suspect does not hold any document of identification, he may identify himself by one of the following means: a) Communicating with a person who will produce his documents of identification; b) Going to the place where his identification documents can be found escorted by the criminal police officers; c) Acknowledgement of identity by a person identified as provided for in subsection (3) or (4), who will ensure the veracity of the personal data provided by the person to be identified. 6. If identification as provided for in subsections (3), (4) and (5) is impossible, the criminal police officers may take the suspect to the nearest police station and compel him to stay there for the time strictly needed for identification, never exceeding six hours; if necessary, fingerprints, photographs or similar evidence shall be gathered; furthermore, the person to be identified shall be invited to state the address where he can be found and receive notice. 7. Any identification obtained under subsection (6) above shall be recorded in writing and the evidence of identification destroyed in the presence of the person to be identified, at his request, if the suspicion is not confirmed. 8. With regard to the suspect and to any other persons who may be able to provide useful information, the criminal police officers may ask and gather information concerning a crime, namely information that may lead to the discovery of truth and safeguarding of evidence that could be lost before intervention by the judicial authority, without prejudice to the provisions of section 59 concerning the suspect. 9. The person to be identified shall always be offered the possibility of contacting someone of trust. Section 260 General conditions for actual application The provisions of sections 192(2) and 194(4) shall apply accordingly to the arrest of any person. III. Rights and duties of detainees under Decision no. 12786/2009, dated 29 May 2009 Article 3 Fundamental rules and principles 1. Anyone who is deprived of his liberty shall be promptly and clearly informed of the reasons for his arrest and of his rights, which he may exercise from the moment he is actually deprived of liberty. 2. Deprivation of liberty contrary to the provisions of the Constitution of the Portuguese Republic and the law shall require the State to pay damages to the injured party. Article 4 Immediate information 1. Information on the rights and duties of detainees must be clearly and visibly posted up in the places of detention, and include a full transcription of articles 27 to 33 of the Constitution of the Portuguese Republic, as well as of sections 61, 250, 192(2), 194(8) of the Code of Criminal Procedure, which are applicable by virtue of section 260 of the same Code. 2. Such information must be given on a leaflet available in several languages, and include a short information on the rights and duties of the detainee, to be delivered by the responsible officers of the Polícia Judiciária, courts or prosecution services, as appropriate, to anyone who finds himself in such a situation. 3. Supplying information on the rights of the detainee to appoint a lawyer and communicate with a relative, a person of trust, an embassy or a consulate, as well as delivery of the information leaflet referred to in the above paragraph must be documented by means of a delivery notice to be signed by the detainee. Any refusal in signing the delivery notice must be stated therein. 4. The information referred to in the above paragraph shall be provided in a language spoken by the detainee, and the presence of an interpreter requested where necessary. Article 5 Urgent contacts 1. Any detainee has the right to contact a lawyer or a defence counsel without further delay. 2. Any detainee has the right to inform a relative or a person of trust of his situation, without further delay. 3. Any foreign detainee has the right to contact the consular authorities of his country without further delay. 4. In exercising the rights referred to in the above paragraphs, the detainee shall be allowed to use a telephone of the services responsible for his arrest, in case there is no public telephone. Article 6 Urgent assistance 1. After his arrest, the detainee shall be assisted in solving, as far as possible, urgent personal matters, namely the ones related to the care and custody of children or elderly people dependent on him and left unattended in result of his detention. 2. The assistance referred to in the above paragraph shall be delivered in due time by the services responsible for the detainee’s arrest, without prejudice to his obligation to request any further required assistance from the competent authorities. RENSEIGNEMENTS IMMEDIATS (article 4 de l’Arrêté ministériel nº 12786/2009, du 29 mai (Diário da República, 2ème série – nº 104) Les Droits et les Devoirs des Détenus I. Les droits et les devoirs des détenus dans la Constitution de la République Portugaise Article 27 Le droit à la liberté et à la sécurité 1. Toute personne a droit à la liberté et à la sécurité. 2. Nul ne peut être totalement ou partiellement privé de liberté, si ce n’est en conséquence d’une condamnation prononcée par un tribunal en raison d’un acte puni par la loi d’une peine d’emprisonnement ou de l’application judiciaire d’une mesure de sûreté. 3. La privation de la liberté, pour la durée et dans les conditions prévues par la loi, fait exception à ce principe, dans les cas suivants: a) arrestation en cas de flagrant délit; b) arrestation ou détention provisoire en raison de graves présomptions de la pratique de dol criminel auquel correspond une peine d’emprisonnement dont le maximum est supérieur à trois ans; c) incarcération, arrestation ou utilisation de toute autre mesure de coercition sous le contrôle d’un juge dès lors qu’une personne s’introduit ou séjourne, de façon irrégulière, sur le territoire national ou qu’elle fait l’objet d’une procédure d’extradition ou d’expulsion; d) emprisonnement disciplinaire imposé aux militaires, la décision est susceptible de voies de recours devant la juridiction compétente; e) application à un mineur de mesures de protection, d’assistance ou d’éducation dans un établissement spécial, ordonnées par la juridiction judiciaire compétente; f) arrestation d’une personne au motif de sa désobéissance à une décision de justice ou pour s’assurer de sa comparution devant l’autorité judiciaire compétente; g) arrestation de suspects, pour un contrôle d’identité, dès lors qu’il est nécessaire et pour la durée indispensable; h) internement d’une personne atteinte de trouble mental dans un établissement thérapeutique adéquat, ordonné ou confirmé par l’autorité judiciaire compétente. 4. Toute personne privée de la liberté est immédiatement informée, de façon compréhensible, non seulement des raisons de sa détention ou de son arrestation mais aussi de ses droits. 5. Toute privation de liberté contraire aux dispositions de la loi et de la Constitution oblige l’Etat à une réparation envers celui qui a subi le préjudice, dans les conditions établies par la loi. Article 28 La détention provisoire 1. La garde à vue sera soumise au contrôle de l’autorité judiciaire, dans le délai maximal de quarante-huit heures, pour procéder à la remise en liberté ou pour appliquer l es mesures de coercition appropriées. Les raisons qui ont déterminé la garde à vue sont portées à la connaissance du juge et de la personne détenue. Cette dernière est interrogée et a la possibilité de se défendre. 2. La détention provisoire est de nature exceptionnelle, elle ne peut être prononcée ni maintenue dès lors que l’application d’une caution ou d’une autre mesure plus favorable, prévue par la loi, est possible. 3. La décision de justice qui ordonne ou qui maintient une mesure privative de liberté doit être immédiatement signifiée à une personne de la famille ou à une personne de confiance du détenu, et que celui-ci indiquera. 4. La détention provisoire observe les délais prévus par la loi. Article 29 L’application de la loi pénale 1. Nul ne peut être condamné au pénal sinon en vertu d’une loi antérieure qui punit l’action ou l’omission, ni subir une mesure de sûreté dont une loi antérieure ne définit pas les conditions d’application. 2. Les dispositions du paragraphe précédent ne font pás obstacle à la répression, dans le cadre du droit interne, d’une action ou d’une omission qui, au moment où elle a eu lieu, était considérée répréhensible au regard des principes fondamentaux du droit international communément admis. 3. Une peine ou une mesure de sûreté n’est appliquée que si elle est expressément prévue par une loi antérieure. 4. Nul ne peut subir une peine ou une mesure de sûreté plus grave que celle prévue au moment de la commission ou de la vérification dês éléments constitutifs de l’infraction. Les lois pénales de fond plus favorables à la personne mise en examen rétroagissent. 5. Nul ne peut être jugé plus d’une fois pour la même infraction. 6. Les citoyens injustement condamnés ont le droit à la révision de la décision de justice et à une réparation en raison des préjudices subis, dans les conditions prévues par la loi. Article 30 Les limites des peines et des mesures de sûreté 1. Il ne peut y avoir de peines ni de mesures de sûreté privatives ou restrictives de liberté à perpétuité ou de durée illimitée ou indéfinie. 2. En cas de danger fondé sur une grave anomalie psychique, et dans l’impossibilité d’une thérapeutique en milieu ouvert, les mesures de sûreté privatives ou restrictives de liberté peuvent être prolongées successivement tant que cet état perdure, mais toujours sur décision de justice. 3. La responsabilité pénale n’est pas transmissible. 4. Aucune peine ne peut entraîner d’office la déchéance de droits civils, professionnels, ou politiques. 5. Les personnes condamnées à une peine ou à une mesure de sûreté privative de leur liberté restent titulaires des droits fondamentaux, hormis les limitations inhérentes à la finalité de la condamnation et aux modalités de son exécution. Article 31 L’habeas corpus 1. L’habeas corpus peut être invoqué, en saisissant la jurisdiction compétente, contre un abus de pouvoir constitué par une détention ou une arrestation illégales. 2. L’habeas corpus peut être sollicité par l’intéressé ou par tout citoyen jouissant de ses droits politiques. 3. Le juge statue dans un délai de huit jours, sur la demande d’habeas corpus au cours d’une audience contradictoire. Article 32 Les garanties de la procédure pénale 1. La procédure pénale garantit tous les droits de la défense, y compris les voies de recours. 2. Toute personne mise en examen est présumée innocente jusqu’à ce qu’une condamnation à son encontre soit passée en force de chose jugée. Son jugement doit avoir lieu dans les plus brefs délais compatibles avec les garanties de la défense. 3. Le mis en examen dispose du droit de choisir un défenseur et d’être assisté par celui-ci durant tous les actes de la procédure, la loi precise les phases et les situations où la présence d’un avocat est obligatoire. 4. Toute l’instruction relève de la compétence d’un juge. Il peut, conformément à la loi, déléguer à d’autres autorités l’accomplissement des actes de l’instruction qui ne concernent pas directement les droits fondamentaux. 5. La procédure pénale est accusatoire, l’audience et les actes d’instruction déterminés par la loi sont soumis au principe du contradictoire. 6. La loi précise les cas où, sous réserve des droits de la défense, la personne mise en examen ou qui fait l’objet d’une accusation est dispensée de comparaître à des actes de procédure, y compris à l’audience de jugement. 7. La partie lésée a le droit de prendre part au procès pénal, dans les conditions prévues par la loi. 8. Sont nulles toutes les preuves obtenues sous la torture, par la coercition ou par une atteinte à l’intégrité physique ou morale de la personne, par suite d’une immixtion abusive dans la vie privée, d’une violation du domicile, de la correspondance ou des télécommunications. 9. La juridiction compétente par détermination d’une loi antérieure ne peut être dessaisie d’une affaire. 10. Toute personne mise en cause à la suite d’une infraction administrative ou qui encourt une sanction dans un procès a le droit d’être entendue et de se défendre. Article 33 (L’expulsion, l’extradition et le droit d’asile) 1. L’expulsion de citoyens portugais du territoire national est interdite. 2. Seule l’autorité judiciaire peut prononcer l’expulsion d’une personne qui est entrée ou y séjourne, de façon régulière, sur le territoire national, d’une personne titulaire d’une carte de séjour ou dont la demande d’asile n’a pas été refusée. La loi prévoit de la célérité dans la prise de décision. 3. L’extradition de citoyens portugais du territoire national est uniquement admise, sous conditions de réciprocité établies par une convention internationale, en cas de terrorisme et de criminalité internationale organisée et dès lors que l’ordre juridique de l’Etat demandeur garantit un procès juste et équitable. 4. L’extradition est uniquement admise pour des infractions à la loi pénale passibles, d’après le droit de l’Etat demandeur, soit d’une peine soit d’une mesure de sûreté privative ou restrictive de la liberté de nature perpétuelle ou d’une durée indéfinie, et sous des conditions de réciprocité établies par une convention internationale, dès lors que l’Etat demandeur s’engage à ce que ni une telle peine, ni une telle mesure de sûreté ne soit appliquée ou exécutée. 5. Les dispositions des paragraphes précédents ne font pas obstacle à l’application des règles de coopération judiciaire pénale dans le cadre de l’Union européenne. 6. L’extradition ou la remise d’une personne à quelque titre que ce soit n’est admise ni pour des motifs politiques ni pour des infractions pénales passibles, d’après le droit de l’Etat demandeur, de la peine de mort ou d’une autre peine entraînant une atteinte irréversible à l’intégrité physique. 7. L’extradition peut uniquement être décidée par l’autorité judiciaire. 8. Le droit d’asile est accordé aux étrangers et aux apatrides poursuivis ou gravement menacés de poursuites, en conséquence de leur activité en faveur de la démocratie, de la libération sociale et nationale, de la paix entre les peuples, de la liberté et des droits de la personne humaine. 9. La loi définit le statut du réfugié politique. II. Les droits et les devoirs des détenus dans le Code de Procédure pénale Article 61 Les droits et les devoirs concernant la procédure 1. Dans toutes les phases de la procédure et sauf les exceptions de la loi, la personne mise en examen a spécialement les droits suivants: a ) Être présente à tous les actes de la procédure qui la concernent directement; b ) Être entendue par le tribunal ou le juge d’instruction toutes les fois qu’ils doivent prendre une décision quelconque qui l’affecte personnellement; c) Etre informée au sujet des faits qui lui sont reprochés avant de déposer ses déclarations devant une entité quelconque; d) Ne pas répondre à des questions posées par une autorité quelconque au sujet des faits qui lui sont reprochés et sur le contenu de ses déclarations par rapport à ceux-ci; e) Choisir un avocat ou solliciter la désignation d’un défenseur; f) Être assistée d’un défenseur dans tous les actes de la procédure auxquels elle participe et, lorsqu’elle fait l’objet d’une arrestation ou d’une détention, communiquer, même en privé, avec celui-là; g) Intervenir dans l’enquête et l’instruction, en fournissant des preuves et en requérant les démarches qu’elle tient pour nécessaires; h ) Être informée de ses droits par l’autorité judiciaire ou par l’organe de police criminelle, devant lesquels elle est obligée de comparaître; i ) Interjeter appel, aux termes de la loi, des décisions qui ne lui sont pas favorables. 2 . La communication en privé mentionnée dans l’alinéa f) du numéro précédent est faite à vue si des raisons de sécurité l’imposent, bien que dans des conditions où elle ne sera pas entendue par la personne chargée de la surveillance. 3 . La personne mise en examen a spécialement les devoirs suivants: a ) Comparaître devant le juge, le Ministère public ou les organes de police criminelle chaque fois que la loi l’impose et qu’elle ait été dûment notifiée; b ) Dire la vérité, en répondant aux questions qui lui sont posées par une autorité compétente, au sujet de son identité et, quand la loi l’impose, de ses antécédents judiciaires; c ) Signer une déclaration d’identité et de résidence aussitôt qu’elle est mise en examen; d ) Se soumettre à des investigations pour établir la preuve et à dês mesures de coercition et de garantie patrimoniale spécifiées dans la loi, ordonnées et exécutées par une autorité compétente. Article 192 Conditions générales d’application 1 . […] 2 . Aucune mesure de coercition ou de garantie patrimoniale n’est appliquée lorsqu’il y a des motifs fondés à croire à l’existence de causes d’exemption de la responsabilité ou d’extinction de la poursuite pénale. Article 194 Ordonnance d’application et respective notification […] 8 . En cas de détention provisoire, l’ordonnance est immédiatement communiquée au défenseur et, toutes les fois que la personne mise en examen le sollicite, à un parent ou à une personne de sa confiance. Article 250 L’identification des suspects et la demande de renseignements 1 . Les organes de police criminelle peuvent identifier n’importe quelle personne qui se trouve dans un endroit public, ouvert au public ou sous surveillance policière, lorsqu’il y a des soupçons fondés de la commission d’infractions, de l’existence d’une procédure d’extradition ou d’expulsion, qu’elle soit entrée ou qu’elle séjourne irrégulièrement sur le territoire national ou de l’existence d’un mandat d’arrêt à son encontre. 2 . Avant de procéder à l’identification, les organes de police criminelle doivent faire preuve de leur qualité, communiquer au suspect les circonstances qui fondent l’obligation de son identification et indiquer les moyens par lesquels il peut s’identifier. 3 . Le suspect peut s’identifier moyennant la présentation d’un des documents suivants: a ) La carte d’identité ou passeport, s’il est un citoyen portugais; b ) Le titre de séjour, la carte d’identité, le passeport ou un document substituant le passeport, s’il est un citoyen étranger. 4 . En cas d’impossibilité de présenter l’un des documents mentionnés au numéro précédent, le suspect peut s’identifier moyennant la présentation d’un document originel, ou copie certifiée conforme, indiquant son nom, son prénom, sa signature et sa photographie. 5 . Si le suspect n’est porteur d’aucun document d’identification, il peut s’identifier au travers d’un des moyens suivants: a ) En communiquant avec une personne qui présente ses documents d’identification; b ) En se déplaçant, escorté par des éléments des organes de police criminelle, à l’endroit où se trouvent ses documents d’identification; c ) La reconnaissance de son identité par moyen d’une personne, identifiée selon les numéros 3 ou 4, garantissant la véracité dês données personnelles indiquées par le suspect. 6 . En cas d’impossibilité d’identification aux termes des numéros 3, 4 et 5, les éléments des organes de police criminelle peuvent conduire le suspect au poste de police le plus proche et le contraindre à y rester pendant le temps strictement indispensable à son identification – en aucun cas plus de six heures – et réaliser, le cas échéant, des preuves dactyloscopiques, photographiques ou similaires et demander au suspect d’indiquer une adresse où il peut être trouvé et recevoir dês communications. 7 . Les actes d’identification réalisés aux termes du numero précédent sont toujours enregistrés dans un procès-verbal et, si le soupçon n’est pas confirmé, à la demande du suspect, les preuves d’identification y inclues sont détruites en sa présence. 8 . Les organes de police criminelle peuvent demander au suspect, ainsi qu’à n’importe quelle personne susceptible de fournir dês renseignements utiles, et recevoir de ceux-ci, sous réserve – en ce qui concerne le suspect – de l’article 59, des renseignements relatifs à une infraction et, notamment, à la découverte et à la conservation de moyens de preuve qui pourraient disparaître avant l’intervention de l’autorité judiciaire. 9 . Le suspect aura toujours la possibilité de contacter une personne de sa confiance. Article 260 Les conditions générales d’exécution Les dispositions de l’article 192, nº 2, et de l’article 194, nº 8, sont applicables mutatis mutandis à la détention. III. Les droits et les devoirs des détenus selon l’Arrêté ministériel nº 12786/2009, du 29 mai 2009 Article 3 Les règles et les principes fondamentaux 1 . N’importe quelle personne privée de sa liberté doit être immédiatement informée, et de façon compréhensible, des raisons de son arrestation ou détention ainsi que de ses droits, et elle peut les exercer dès le moment où elle est matériellement privée de sa liberté. 2. La privation de la liberté contraire aux dispositions de la Constitution de la République portugaise et de la loi oblige l’État à indemniser la personne lésée. Article 4 Des renseignements immédiats 1 . L’affichage dans les établissements pénitentiaires, de façon bien visible, d’un placard avec des renseignements concernant les droits et les devoirs des détenus - y inclus la transcription intégrale des articles 27 à 33 de la Constitution de la République portugaise et des articles 61, 250, 192, nº 2, 194, nº 8, applicables en vertu de l’article 260, tous du Code de Procédure pénale - est obligatoire. 2. Ces renseignements doivent être mentionnés sur un dépliant disponible en plusieurs langues. Ce dépliant doit également inclure l’indication résumée des droits et des devoirs de la personne détenue et il doit être remis à la personne qui se trouve dans cette situation par les responsables de la Police judiciaire, des Tribunaux ou des services du Parquet, selon le cas. 3 . Les renseignements concernant le droit de choisir un avocat et de communiquer avec un parent, une personne de confiance, une ambassade ou un consulat, ainsi que la remise du dépliant informatif, mentionné au numéro précédent, doivent être documentés en dressant, à cet effet, une déclaration de notification et de remise qui doit être signée par le détenu. Si celui-ci se refuse à la signer, ce fait devra être mentionné sur la déclaration. 4 . Les renseignements mentionnés au numéro précédent sont rédigés dans une langue que le détenu comprend et la présence d’un interprete sera sollicitée quand il est nécessaire. Article 5 Les contacts urgents 1 . La personne détenue a le droit de contacter immédiatement un avocat ou un défenseur. 2 . La personne détenue a le droit d’informer immédiatement un parent ou une personne de sa confiance de la situation dans laquelle elle se trouve. 3 . Un détenu étranger a le droit de contacter immédiatement les autorités consulaires de son pays. 4 . Afin d’exercer les droits mentionnés aux numéros précédents, le détenu doit pouvoir utiliser le téléphone du service responsable de son arrestation ou détention, dans le cas où il n’existe pas de téléphone public. Article 6 L’appui urgent 1. Après l’arrestation ou détention, le détenu doit recevoir de l’appui, dans la mesure du possible, pour la résolution de problèmes personnels urgents, notamment de ceux qui concernent les soins et la garde des enfants ou des personnes âgées sous sa responsabilité et qui restent sans aucune surveillance due à son arrestation ou sa détention. 2. L’appui mentionné au numéro précédent doit être fourni, en temps utile, par le service qui a procédé à l’arrestation ou détention, sans préjudice de l’obligation d’apporter, auprès des autorités compétentes, tout appui postérieur qui soit nécessaire. INFORMACIONES INMEDIATAS (artículo 4 de la Orden Ministerial n.º 12786/2009 de 29 de mayo (DR, 2.ª serie – n.º 104) Derechos y deberes de los detenidos I. Derechos y deberes de los detenidos en la Constitución de la República Portuguesa Artículo 27 Derecho a la libertad y a la seguridad 1. Toda persona tiene derecho a la libertad y a la seguridad. 2. Nadie puede ser total o parcialmente privado de su libertad, salvo a consecuencia de una sentencia judicial condenatoria por la comisión de un acto castigado por ley con pena de prisión o de la aplicación judicial de una medida de seguridad. 3. Se exceptúa de este principio la privación de libertad, por el tiempo y en las condiciones que la ley establezca, en los casos siguientes: a) Detención en flagrante delito; b) Detención o prisión provisional por fuertes indicios de comisión de un delito doloso al que corresponda pena de prisión cuyo limite máximo sea superior a tres años; c) Prisión, detención u otra medida cautelar sujeta a control judicial, de persona que haya penetrado o que permanezca irregularmente en el territorio nacional o contra la que esté en curso un procedimiento de extradición o de expulsión; d) Prisión disciplinaria impuesta a militares, con garantía de recurso ante el tribunal competente; e) Aplicación de medidas de protección, asistencia o educación a menores, en un establecimiento adecuado, decretadas por el tribunal competente; f) Detención por resolución judicial en virtud de desobediencia a una resolución tomada por un tribunal o para asegurar la comparecencia ante autoridad judicial competente; g) Detención de sospechosos, a efectos de identificación, en los casos y por el periodo de tiempo estrictamente necesarios; h) Internamiento de persona con anomalía psíquica en establecimiento terapéutico adecuado, decretado o confirmado por la autoridad judicial competente. 4. Toda persona privada de libertad debe ser informada de forma inmediata y de modo que le sea comprensible, de sus derechos y de las razones de su prisión o detención. 5. La privación de la libertad contra lo dispuesto en la Constitución y en la ley obliga al Estado a indemnizar al perjudicado en las condiciones que la ley establezca. Artículo 28 Prisión provisional 1. La detención será sometida, en el plazo máximo de cuarenta y ocho horas, a examen judicial, para restituir la libertad o para imponer la medida cautelar adecuada, debiendo el Juez conocer las causas que la determinaron y comunicarlas al detenido, interrogarlo y darle oportunidad de defenderse. 2. La prisión provisional tiene carácter excepcional, no siendo decretada ni mantenida siempre que pueda ser aplicada fianza u otra medida más favorable prevista en la ley. 3. La resolución judicial que decrete o mantenga una medida de privación de la libertad debe ser inmediatamente comunicada a algún pariente o persona de confianza del detenido, indicados por éste. 4. La prisión provisional está sujeta a los plazos establecidos en la ley. Artículo 29 Aplicación de la ley penal 1. Nadie puede ser sentenciado criminalmente sino en virtud de ley anterior que declare punible la acción o la omisión, ni sufrir medida de seguridad cuyos supuestos no estén fijados en ley anterior. 2. Lo dispuesto en el apartado anterior no impide el castigo, dentro de los límites de la ley interna, por acción u omisión que en el momento de su comisión sea considerada delictiva según los principios generales del derecho internacional comúnmente reconocidos. 3. No pueden ser aplicadas penas ni medidas de seguridad que no estén expresamente establecidas en ley anterior. 4. Nadie puede sufrir pena ni medida de seguridad más grave que las previstas en el momento de la correspondiente conducta o de darse los respectivos supuestos, aplicándose retroactivamente las leyes penales de contenido más favorable al reo. 5. Nadie puede ser juzgado más de una vez por la comisión del mismo delito. 6. Los ciudadanos condenados injustamente tienen derecho, en las condiciones que la ley establezca, a la revisión de la sentencia y a la indemnización por los daños sufridos. Artículo 30 Límites de las penas y de las medidas de seguridad 1. No puede haber penas ni medidas de seguridad privativas o restrictivas de la libertad con carácter perpetuo o de duración ilimitada o indefinida. 2. En caso de peligrosidad derivada de anomalía psíquica grave, y ante la imposibilidad de tratamiento terapéutico en medio abierto, las medidas de seguridad privativas o restrictivas de la libertad podrán ser prorrogadas sucesivamente mientras se mantenga el estado en cuestión, pero siempre mediante resolución judicial. 3. La responsabilidad penal no es susceptible de transmisión. 4. Ninguna pena conlleva como efecto necesario la pérdida de cualesquiera derechos civiles, profesionales o políticos. 5. Los condenados a los que les sean aplicadas pena o medida de seguridad privativas de la libertad mantienen la titularidad de los derechos fundamentales, salvo las limitaciones inherentes al sentido de la condena y a las exigencias propias de la respectiva ejecución. Artículo 31 Habeas corpus 1. Habrá habeas corpus contra el abuso de poder, en virtud de prisión o detención ilegal, y será requerido ante el tribunal competente. 2. El procedimiento de habeas corpus puede ser instado por el próprio interesado o por cualquier ciudadano en el disfrute de sus derechos políticos. 3. El juez decidirá dentro del plazo de ocho días sobre la solicitud de habeas corpus en audiencia contradictoria. Artículo 32 Garantías de procedimiento penal 1. El procedimiento penal asegura todas las garantías de defensa, incluyendo el recurso. 2. Todo imputado se presume inocente hasta que devenga firme la sentencia condenatoria, debiendo ser juzgado en el plazo más breve compatible con las garantías de defensa. 3. El imputado tiene derecho a designar defensor y a ser asistido por él en todos los actos del procedimiento, especificando la ley los casos y las fases en que la asistencia letrada es obligatoria. 4. Toda instrucción es competencia de un Juez, el cual puede, en las condiciones que la ley establezca, delegar en otras entidades la práctica de los actos de instrucción que no respeten directamente a los derechos fundamentales. 5. El procedimiento penal tiene estructura acusatoria, estando el juicio oral y los actos de instrucción que la ley determine subordinados al principio de contradicción. 6. La ley define los casos en que, garantizados los derechos de defensa, puede ser omitida la presencia del imputado o acusado en actos procesales, incluyendo el juicio oral. 7. El ofendido tiene derecho a intervenir en el procedimiento, en las condiciones establecidas por ley. 8. Son nulas todas las pruebas obtenidas mediante tortura, coacción, atentado a la integridad física o moral de la persona, intromisión abusiva en la vida privada, en el domicilio, en la correspondencia o en las telecomunicaciones. 9. Ninguna causa puede ser sustraída al tribunal cuya competência esté determinada por ley anterior. 10. En los procedimientos por infracciones administrativas, así como en cualesquiera procedimientos sancionadores, se garantizan al imputado los derechos de audiencia y de defensa. Artículo 33 Expulsión, extradición y derecho de asilo 1. No se permite la expulsión de ciudadanos portugueses del território nacional. 2. La expulsión de quien haya entrado o permanezca regularmente en el territorio nacional, de quien haya obtenido permiso de residencia, o de quien haya solicitado asilo y no se le haya denegado, solo puede ser decidida por autoridad judicial, asegurando la ley formas expeditas de decisión. 3. La extradición de ciudadanos portugueses del território nacional solo se admite en condiciones de reciprocidad establecidas por convenio internacional, en los casos de terrorismo y de criminalidad internacional organizada, y siempre que la orden judicial del Estado requirente ofrezca garantías de un proceso justo y equitativo. 4. Solo se admite la extradición por delitos a los que corresponda, según el Derecho del Estado requirente, pena o medida de seguridad privativa o restrictiva de la libertad con carácter perpetuo o de duración indefinida, caso el Estado requirente sea, relativamente a esta materia, parte de convenio internacional que vincule Portugal y ofrezca garantías de que dicha pena o medida de seguridad no será aplicada o ejecutada. 5. Lo dispuesto en los apartados anteriores no impide la aplicación de las normas de cooperación judicial penal establecidas en el ámbito de la Unión Europea. 6. No se admite la extradición, ni la entrega a cualquier título, por motivos políticos o por delitos a los que corresponda, según el Derecho del Estado requirente, pena de muerte u otra que resulte en lesión irreversible de la integridad física. 7. La extradición solo puede ser determinada por autoridad judicial. 8. Se garantiza el derecho de asilo a los extranjeros y a los apátridas perseguidos o gravemente amenazados de persecución a consecuencia de su actividad en favor de la democracia, de la liberación social y nacional, de la paz entre los pueblos, de la libertad y de los derechos humanos. 9. La ley define el estatuto del refugiado político. II. Derechos y deberes de los detenidos en la Ley de Enjuiciamiento Criminal Artículo 61 Derechos y deberes procesales 1. El imputado goza, en especial, en cualquier fase de la causa y salvo las excepciones de la ley, de los derechos de: a) Estar presente en los actos procesales que le digan respecto directamente; b) Ser oído por el tribunal o por el juez de instrucción siempre que ellos deban adoptar cualquier decisión que le afecte personalmente; c) Ser informado de los hechos que se le imputan antes de hacer declaraciones ante cualquier entidad; d) No responder a preguntas hechas, por cualquier entidad, sobre los hechos que le fueran imputados y sobre el contenido de las declaraciones que preste acerca de ellos; e) Nombrar letrado o solicitar que le sea nombrado un defensor; f) Ser asistido por un defensor en todos los actos procesales en que participe y, cuando detenido, comunicar, incluso en privado, con él; g) Intervenir en la investigación/sumario, ofreciendo pruebas y requiriendo las diligencias que le parezcan necesarias; h) Ser informado, por la autoridad judicial o por el órgano de policia criminal ante los cuales sea obligado a comparecer, de los derechos que le asisten; i) Recurrir, en los términos de la ley, de las decisiones que le sean desfavorables. 2. La comunicación en privado mencionada en el apartado f) del número anterior ocurre a la vista cuando así lo impongan razones de seguridad, pero en condiciones de no ser oída por la persona encargada de la vigilancia. 3. Recaen en especial sobre el imputado los deberes de: a) Comparecer ante el juez, el Ministerio Fiscal o los órganos de policía criminal siempre que la ley lo exija y para eso hubiere sido debidamente convocado; b) Contestar con verdad a las preguntas hechas por entidad competente sobre su identificación y, cuando la ley lo impusiere, sobre sus antecedentes penales; c) Prestar declaración de identidad y domicilio así que asume la calidad de imputado; d) Sujetarse a diligencias de prueba y a medidas cautelares personales y patrimoniales especificadas en la ley y ordenadas y efectuadas por entidad competente. Artículo 192 Condiciones generales de aplicación 2. Ninguna medida cautelar personal o patrimonial es aplicada cuando hubiere fundados motivos para creer en la existencia de causas de exención de la responsabilidad o de extinción del procedimiento penal. Artículo 194 Providencia de aplicación y su notificación En caso de prisión provisional, la providencia es comunicada de inmediato al defensor y, siempre que el imputado lo quiera, a un pariente o persona de su confianza. Artículo 250 Identificación de sospechoso y solicitud de informaciones 1. Los órganos de policía criminal pueden proceder a la identificación de cualquier persona encontrada en lugar público, abierto al público o sujeto a vigilancia policial, siempre que sobre ella recaigan sospechas fundadas de la práctica de delitos, de la pendencia de un procedimiento de extradición o de expulsión, de que haya entrado o permanezca irregularmente en el territorio nacional o de que haya contra ella una orden de detención. 2. Antes de proceder a la identificación, los órganos de policía criminal deben probar su calidad, comunicar al sospechoso las circunstancias que fundamentan la obligación de identificación e indicar los médios por los que éste puede identificarse. 3. El sospechoso puede identificarse mediante la presentación de unos de los siguientes documentos: a) Tarjeta de identidad o pasaporte, en el caso de ser ciudadano portugués; b) Título de residencia, tarjeta de identidad, pasaporte o documento que sustituya el pasaporte, en el caso de ser ciudadano extranjero. 4. En la imposibilidad de presentación de uno de los documentos citados en el número anterior, el sospechoso puede identificarse a través de la presentación de un documento original, o copia certificada, que contenga su nombre completo, su firma y su fotografía. 5. Si no fuere portador de ningún documento de identificación, el sospechoso puede identificarse por uno de los siguientes medios: a) Comunicación con una persona que presente sus documentos de identificación; b) Desplazamiento, acompañado por los órganos de policía criminal, al lugar donde se encuentran sus documentos de identificación; c) Reconocimiento de su identidad por una persona identificada en los términos del nº 3 o del nº 4 que garantice la veracidad de los datos personales indicados por el sospechoso. 6. En la imposibilidad de identificación en los términos de los números 3, 4 y 5, los órganos de policía criminal pueden llevar el sospechoso al puesto policial más cercano y compelerlo a permanecer allí por el tiempo estrictamente indispensable a la identificación, en ningún caso superior a seis horas, realizando, en caso de necesidad, pruebas dactiloscópicas, fotográficas o de naturaleza análoga e invitando al identificado a indicar domicilio donde pueda ser encontrado y recibir comunicaciones. 7. Los actos de identificación practicados en los términos del número anterior serán siempre mencionados en acta y las pruebas de identificación reflejadas en la misma son destruidas en presencia del identificado, a su petición, si la sospecha no se confirma. 8. Los órganos de policía criminal pueden pedir al sospechoso, así como a cualesquiera personas susceptibles de suministrar informaciones útiles, y recibir de ellos, sin perjuicio, en cuanto al sospechoso, de lo dispuesto en el artículo 59, informaciones relativas a un delito y, designadamente, al descubrimiento y a la conservación de medios de prueba que podrían perderse antes de la intervención de la autoridad judicial. 9. Será siempre facilitada al identificado la posibilidad de contactar com una persona de su confianza. Artículo 260 Condiciones generales de realización Es aplicable mutatis mutandis a la detención lo dispuesto en el nº 2 del artículo 192 y en el nº 8 del artículo 194. III. Derechos y deberes de los detenidos en la Orden Ministerial nº 12786/2009, de 29 de Mayo Artículo 3 Reglas y principios fundamentales 1. Toda persona privada de libertad debe ser informada inmediatamente y de forma comprensible de las razones de su detención y de sus derechos, pudiendo ejercerlos a partir del momento de la privación material de la libertad. 2. La privación de la libertad contra lo dispuesto en la Constitución de la República Portuguesa y en la ley obliga al Estado a indemnizar al perjudicado. Artículo 4 Informaciones inmediatas 1. Es obligatorio fijar en los lugares de detención, de forma bien visible, un tablero con información sobre los derechos y los deberes de los detenidos, conteniendo la transcripción íntegra de los artículos 27 al 33 de la Constitución de la República Portuguesa, 61, 250, 192, nº 2, 194, nº 8, aplicables en virtud del artículo 260, todos de la Ley de Enjuiciamiento Criminal. 2. La misma información debe figurar en folleto disponible en distintos idiomas, conteniendo igualmente la indicación sumaria de los derechos y deberes de la persona detenida, que deberá entregarse, por parte de los responsables de la Policía Judicial, de los Tribunales o de los servicios del Ministerio Fiscal, según corresponda, a quienes se encuentren en esa situación. 3. La información de los derechos de nombrar letrado y de comunicarse con familiar, persona de confianza, embajada o consulado, así como la entrega del folleto informativo mencionado en el número anterior, deben quedar documentadas, extendiéndose documento de notificación y entrega, que debe ser firmado por el detenido. La situación de negación a firmar deberá quedar consignada en el mismo. 4. La información mencionada en el número anterior es realizada en una lengua que el detenido comprenda, solicitándose la presencia de intérprete siempre que sea necesario. Artículo 5 Contactos urgentes 1. El detenido tiene derecho a contactar inmediatamente con un abogado o defensor. 2. El detenido tiene el derecho de informar inmediatamente a un familiar o persona de su confianza sobre la situación en la que se encuentra. 3. El detenido extranjero tiene el derecho de contactar inmediatamente con las autoridades consulares de su país. 4. Para el ejercicio de los derechos citados en los números anteriores, debe facilitarse al detenido la utilización de teléfono del servicio responsable por la detención, cuando no exista teléfono público. Artículo 6 Asistencia urgente 1. Tras la detención, el detenido debe ser ayudado, en la medida de lo posible, en la resolución de problemas personales urgentes, concretamente los relacionados con los cuidados y la guarda de menores o de personas mayores en su dependencia, dejados sin vigilancia en virtud de la detención. 2. El auxilio citado en el número anterior debe ser prestado, en tiempo útil, por el servicio que ha realizado la detención, sin perjuicio de la obligación de solicitar a las autoridades competentes la asistencia posterior que sea necesaria.