RESUMO A Enfermagem, como ciência e como profissão, tem
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RESUMO A Enfermagem, como ciência e como profissão, tem
RESUMO A Enfermagem, como ciência e como profissão, tem sofrido, especialmente nestes últimos 20 anos, modificações a diferentes níveis que a impulsionam para um processo crescente de valorização pedagógica, profissional e social. Adequando-se cada vez melhor às mutações constantes das conjunturas sócio-políticas e às necessidades de saúde da sociedade actual, o ensino da Enfermagem é por isso o seu principal vector de crescimento, tendo-se valorizado exponencialmente num curto espaço de tempo. Com menos de uma década de existência, o Curso de Licenciatura em Enfermagem, caracteriza-se por ser um dos Cursos Superiores com uma maior vertente profissionalizante. Isto porque, cerca de 57% da sua carga horária é constituída por ensinos clínicos/estágios, que tem por finalidade desenvolver no aluno “competências de carácter científico, técnico e humano, num processo contínuo de crescimento e autonomia pessoal, de forma a ser capaz de planear, concretizar, gerir e avaliar actividades de enfermagem”, em contacto directo com a realidade clínica. Desta forma, o ensino clínico reúne, além de uma importância vital no desenvolvimento de qualquer enfermeiro, características únicas e inimitáveis que o tornam ao mesmo tempo, insubstituível e imprevisível no que toca ao seu desenvolvimento e controlo pedagógico. Especificidades como os três mundos que o constituem – clínico, escolar e profissional - a sua intemporalidade ou a sua orientação, caracterizam-no como um ensino alicerçado em processos de interacção e reflexão, o que contrasta com o recurso a uma avaliação com forte tendência classificativa, acabando por gerar problemas de diferentes ordens, nomeadamente de aprendizagem e desenvolvimento. Neste sentido, este estudo pretende compreender quais as consequências do desajuste aparente entre o desenvolvimento do ensino clínico e a sua avaliação, designadamente em termos do tipo de estratégias adoptadas pelos alunos, especialmente no que respeita ao modo como desenvolvem o seu ofício de alunos, como se posicionam nos três mundos que constituem o ensino clínico e que influências são desencadeadas pelos processos de avaliação usados. A opção de recorrer ao modo de investigação por estudo de caso, levou-me a eleger a observação participante, as entrevistas e os grupos de discussão como instrumentos de colheita de dados. No final deste percurso investigativo - que desejo se possa tornar num contributo para a compreensão dos fenómenos presentes em ensino clínico com vista ao melhoramento dos seus processos, verifiquei que os alunos de enfermagem posicionam-se de diferentes formas nos três mundo que o constituem, dependendo da situação em que se encontrem e da origem dos problemas a que tenham de dar resposta. No entanto, regista-se uma interacção crescente desde o mundo profissional até ao mundo escolar, passando pelo clínico, mas que se vai invertendo com o aproximar do termino do Curso. Também por isto, o ofício do aluno é alterado, dotando-o de uma crescente consciência profissional. A avaliação em ensino clínico embora se baseie em princípios construtivistas e de continuidade, acaba por se vincular em demasia à sua obrigatoriedade classificativa e enviesa-se, levando o aluno, por vezes, a ter de se refugiar em manobras de dissimulação e camuflação para se resguardar de um processo classificatório, sem critérios para tal, e que nada diz sobre o desempenho de um futuro profissional em determinado campo de estágio. As alternativas identificadas passam, principalmente, pelo assumir das subjectividades inerentes ao processo avaliativo, especialmente em ensino clínico, norteando a utilização da avaliação para uma vertente qualitativa, o que neste caso auxiliariam o aluno no seu desenvolvimento e aprendizagem. ABSTRACT Nursing, as science and as profession, has suffered, especially in the last 20 years, modifications at different levels that stimulate it for an increasing process of pedagogical, professional and social valuation. Adjusting better and better to the constant mutations of the social political conjunctures and to the needs of health of the current society, the Nursing education is therefore its main vector of growth, having it valued exponentially in a short space of time. With less of one decade of existence, the Nursing degree of licentiate course is characterized for being one of the Superior Courses with a greater professionalizing flowing. This is because, about 57% of its schedule is constituted by clinical education/periods of training, which aim is developing in the pupil “abilities of scientific, technician and human being character, in a continuous process of growth and personal autonomy, so they can be able to planning, to materialize, to manage and to evaluate activities of nursing”. This way, clinical education congregates, beyond a vital importance in the development of any nurse, inimitable and unique characteristics that become at the same time, irreplaceable and unexpected according to its development and pedagogical control. Specificities as the three worlds that constitute itself, its untemporality or its orientation, characterize it as an education consolidated in interaction and reflection processes, which contrasts with the resource to an evaluation with strong qualifying trend, creating this way, problems of different orders, namely learning and development problems. In this direction, this study it intends to understand which the consequences of the apparent misalignment enters the development of clinical education and its evaluation, appointedly in terms of the type of strategies adoptees for the pupils, especially in what it respects to the way as they develop its craft of pupils, as they are located in the three worlds that constitute clinical education and that influences are unchained by the used processes of evaluation. The option to request to the way of inquiry for case study, made me choose the participant comment, the interviews and the discussion groups as tools of data collect. At the end of this investigative passage - which I wish that it become a contribution for the understanding of the present phenomena in clinical education having as goal the improvement of its process -, I noticed that the nursing students locate themselves in different ways in the three world that constitute it, depending on the situation where they are and the origin of the problems that they have to give an answer. However, it registers an increasing interaction since the professional world until the school world, passing by the clinical, but that is inverting with the approaching of the end of the Course. Also by this, the craft of the student is modified, endowing it with an increasing professional conscience. Although based on constructivists and continuity principles, the evaluation in clinical education ties itself too much in its qualifiative obligatoriness and oblique itself, occasionally making the student take protection in dissimulation and camouflage manipulations to be sheltered against a qualification process, without criteria, and that nothing says about the performance of a professional future in certain training field. The identified alternatives concerns, mainly, with the assuming of the inherent subjectivities to the evaluation process, mostly in clinical education, guiding the evaluation use to a qualitative source, which in this case would assist the student in his development and learning. RÉSUMÉ Le métier d’infirmier(ère) – « Enfermagem », en tant que science et en tant que profession, a souffert, surtout dans ces derniers 20 années, des transformations à différents niveaux qui l’impulsent vers un processus croissant d’évaluation pédagogique, professionnel et social. En s’adaptant de plus en plus mieux aux transformations constantes des conjonctures socio-politiques et aux nécessités de santé de la société actuelle, l’enseignement du métier d’infirmier est, donc, son principal vecteur de développement, et s’est valorisé exponentiellement dans un court espace de temps. Ayant moins de dix ans, le Cours de Licence en « Enfermagem1 » est un cours supérieur qui prépare, surtout, pour l’exercice de la profession d’infirmier(ère). Ça veut dire que 57% du temps de formation est destiné à la formation pratique, en stages, qui ont pour but développer, chez l’élève « des compétences scientifiques, techniques et humaines, dans un processus continu de croissance et d’autonomie personnelle, pour qu’il soit capable de planifier, de concrétiser, de gérer et d’évaluer des activités du métier d’infirmier(ère) », en contact directe avec la réalité clinique. Ainsi, l’enseignement clinique assemble, au delà d’une importance vital dans le développement de tout infirmier, des caractéristiques uniques et inimitables qui le rendent, en même temps, insubstituable et imprévoyant en ce qui concerne son développement et contrôle pédagogique. Des spécificités comme les trois mondes qui le constituent – le clinique, le scolaire et le professionnel – son intemporalité ou son orientation le caractérisent en tant qu’un enseignement fondé dans des processus d’interaction et de réflexion, ce qui contraste avec le recours à une évaluation à tendance fortement classificatoire, produisant des problèmes de différents ordres, notamment d’apprentissage et de développement. En ce sens, cet étude prétend comprendre quelles sont les conséquences de l’apparent désajustement entre le développement de l’enseignement clinique et son évaluation, notamment le type de stratégies adoptés par les élèves, spécifiquement en ce qui concerne les façons dont ils développent son métier d’élèves, dont ils se situent envers les trois mondes qui constituent l’enseignement clinique et quelles influences sont déclanchés par les processus d’évaluation usés. En cohérence avec l’option par une étude de cas, on a fait appel à l’observation participante, aux entretiens et aux groupes de discussion, en tant qu’instruments pour la collecte des donnés. A la fin de ce parcours de recherche – qu’on espère puisse se traduire dans un apport pour la compréhension des phénomènes présents en enseignement clinique en vue de l’amélioration de leurs processus – on a remarqué que les élèves de « enfermagem » se positionnent de différentes façons dans les trois mondes qui le constituent, en dépendant de la situation où ils se trouvent et de l’origine des problèmes auxquels ils doivent répondre. Néanmoins, il se vérifie une interaction croissante dès le monde professionnel jusqu’au monde scolaire, en passant par le monde clinique, mais qui registre une inversion, au fur et à mesure qu’on chemine vers la fin du Cours. C’est aussi pour cette raison que le métier d’élève se modifie, prenant une croissante conscience professionnelle. L’évaluation en enseignement clinique, bien qu’elle se fonde en principes constructivistes et de continuité, elle s’attache excessivement à l’obligation classificatoire. En conséquence, l’élève, parfois, entraîne des stratégies de dissimulation et de camouflage pour se défendre de ce processus classificatoire, non critérié, et qui n’a pas de sens pour la performance d’un futur professionnel dans un champ de stage donné. Les alternatives identifiées passent, surtout, par l’assomption des subjectivités inérentes au processus évaluatif, spécialement en enseignement clinique, orientant l’utilisation de l’évaluation d’une façon qualitative, et que seraient des aides importantes pour le développement et l’apprentissage de l’élève.