Paraná - Anos 1900.

Transcription

Paraná - Anos 1900.
Estudios Latinoamericanos 1(1972) pp. 369-384
Paraná - Anos 1900.
Introducción y notas de Marcin Kula
O autor do texto publicado é o geólogo polonês Józef Siemiradzki.
Nasceu em 1858, em Charków. Frequentou o ginásio em Charków e
em Varsóvia. Fez os estudos em Dorpat. Aí também recebeu, em
1884, o título de «licenciado em Mineralogia e Geognosia». Em
1887 Siemiradzki recebeu o título de docente de geología na
Universidade de Lwów - universidade da Galícia, urna parte de
Polônia, que se encontrava naquele tempo em ocupação Austriaca e
gosava de muito maior liberdade política e intelectual que a vizinha
parte do país, que se encontrava sob direção Russa. Em 1894 foi
nomeado Professor de paleontologia desta Universidade, em 1922,
quando Polônia já consegiu liberdade, decano do Departamento de
Filosofia, e em 1926 reitor. Depois de atingir a reforma, em 1932,
Siemiradzki transferiu-se para Varsóvia, onde colaborou com o
Instituto Geológico Nacional. Faleceu, em 1933, em Varsovia.
A predileção científica de Siemiradzki concentrou-se, antes de
tudo, na geologia da Polônia. A sua obra fundamental Geologia ziem
polskich [Geología das terras polonesas], 1903 - 1909, coroou as
numerosas investigações regionais e publicações déste período. O
seu título, dada a perduração das partilhas do país, foi muito
característico. Os grandes horizontes de pensamento de Siemiradzki
compreenderam igualmente a América Latina. Levou-o a isto tanto
os sens trabalhos geológicos como o interesse que nele despertou a
problemática da emigração. Sôbre a geologia da América começou já
a trabalhar durante o tempo dos estudos em Dorpat. Escreveu a sua
tese de licenciamento sôbre a formação da Martinica. Com o tempo
publicou uma série de trabalhos respeitantes a esta problemática, dos
quais abaixo dámos os mais importantes.
Siemiradzki entran em contato com a problemática da emigração em
Lwów. Na Galícia, região superpopulada e de camponeses pobres, no
período em que ocupou a cátedra, faziam-se sentir fortes tendências
de emigração. No comêço dos anos noventa a proxima vizinha de
Polônia chamada o Reino Polonês vizinho foi abrangido por uma
onda de febre de emigração camponesa para o Brasil. Siemiradzki,
partindo do princípio que a emigração não constituia uma maneira de
saída da miséria e lutando decididamente contra a sua animação,
defendeu o ponto de vista de que era absolutamente necessário
interessar-se com a sorte dos emigrantes e proteger aqueles que
tomaram a decisão de emigrar. Tal proteção não podiam conceder
aos emigrantes os não existentes consulados do nao existente estado
polônes. Os esforços dispendidos por Siemiradzki e pelo seu meio
fez com que entre outras coisas, o govêrno austríaco abrisse em
Curitiba um consulado austro-húngaro com pessoal polonês. Este
consulado recebeu a recomendação de se ocupar e proteger todos os
emigrados poloneses independentemente da sua dependência estatal.
Siemiradzki foi um dos fundadores da criada, em 1899, Sociedade
Colonizadora-Comercial, em Lwów, que se propôs por finalidade, a
compra de importantes superfícies de terras no Paraná, o seu
parcelamento entre os emigrados, a defesa dos colonos perante a
exploração – através do fornecimento a eles dos produtos necessários
e servindo de intermediária na venda dos produtos por eles
produzidos, a satisfação das necessidades espirituais dos emigrantes
(escolas, igrejas). a Sociedade, da mesma maneira que Siemiradzki,
defendia o ponto de vista da necessidade de agrupamento da
emigração polonesa à volta dos já existentes mais importantes
centros de emigração, isto é, no Paraná, vendo nisto a maneira mais
fácil de defesa dos colonos perante os exploradores, e, o que é mais
importante, perante a desnaturalização. No futuro, um tal ponto de
vista, que exprime tendencias de conservar as diferenças nacionais
dos diferentes grupos de emigrantes, causará enormes problemas á
sociedade brasileira. É preciso, contudo vê-lo dentro do contexto da
época como uma tendência da intelectualidade polonesa a fim de se
contrapôr à desnaturalização da população dividida pelas partilhas, e
a conservar para a Polônia a gente que a sociedade polonesa perdera
em virtude da emigração provocada por uma multilateral pressão. A
contribuição do trabalho de Siemiradzki a este respeito obteve
expressao no fato dele ter ocupado por muitos anos a função de
presidente do conselho inter-sociedades, que unia todas as sociedades
de Lwów de proteção aos emigrados.
Tanto a obra de Siemiradzki de caráter científico, como a ligada à
problemática da emigração, foi facilitada pelo seu direto
conhecimento da América Latina. Viajou lá, pela primeira vez, nos
fins de 1881 sob indicação do Prof. C. Grewingh. Durante um ano,
em companhia de J. Sztolcman, visitou o Equador, as Antilhas
Francesas, Panamá, e chegou à bacia do Amazonas. Os materiais
recolhidos durante esta expedição constituiram a base da sua atrás
citada tese de licenciamento. Voltou à América Latina pela segunda
YH] HP (P FRPSDQKLD GH : àD(QLHZVNL H GH $ +HPSHO
visitou o Paraná, levado pelo seu interesse pela problemática da
emigração, e em seguida efetuou uma expedição aos pés dos Andes,
através dos Andes até Santiago do Chile, daí até ao Paraguai e
Argentina. Pela terceira vez voltou à América Latina a pedido das
autoridades galicianas, em 1895, com o fim de investigar as
condições da colonização dos emigrantes no Brasil, as lá existentes
relações sociais na agricultura e salariais. A descrição dessas
expedições e os trabalhos científicos por ele trazidos colocam
Siemiradzki entre os mais eminentes de então conhecedores da
América do Sul1.
2WH[WRSXEOLFDGRVHEHPTXHVHPGDWDSUHFLVDHVHPLQGLFDüão
da pessoa enderec;ada, mostra o Paraná num momento histórico
crucial para ele. Publicamo-lo integralmente, na lingua original,
corrigindo ùnicamente em alguns pontos erras ortográficos
declarados. As primeiras páginas lê-as o leitor com um riso
compadecido. As seguintes com interesse.
1
Sôbre a vida e a obra de J. Siemiradzki vide entre outros: J. Czarnocki: Józef Siemiradzki.
:VSRPQLHQLH SRPLHUWQH >-y]HI 6LHPLUDG]NL 5HFRUGDoões Póstumas], «Sprawozdania Polskiego
Instytutu Geologicznego», Warszawa 1934, vol. 7, cad. 1, pp 1–6=LHOLVNLDr Józef Siemiradzki.
3RGUy*H QDXNRZH i G]LDáDOQRü HPLJUDF\MQD [Dr Józef Siemiradzki. Viagens científicas e atividade
emigratória], Warszawa 1935, pp. 13, «Sprawy Morskie i Kolonialne», 1935, n° 2.
Bibliografia dos trabalhos de J. Siemiradzki sôbre a América
Latina. (Escolhida).
A. Trabalhos geológicos
Ergebnisse seiner Untersuchungen über die geologischen
Verhältnisse van Martinique, - Sitzungsberichte der Dorpater Nat.
Gesell., 1884.
Die geognostischen Verhältnisse der Insel Martinique. Inaugural
Dissertation, Dorpat 1884.
Hypersthenandesit aus W. Ecuador, - N. Jb. f. Min., 1884.
Geologische Reisenotitzen aus Equador, ein Beitrag zur Kenntniss
der typischen Andesitgesteine, - N. Jb. f. Min., 1885.
Organiczna teoria Sussa i Heima, w zastosowaniu do geologicznej
budowy Andów [Teoria orgânica de Suss e Heim, aplicada à
IRUPDüão geológica dos Andes], -:V]HFKZLDWQƒ
*HRJUDILF]QH UH]XOWDW\ PRMHM SRGUy*\ GR SyáQRFQHM 3DWDJRQLL L
Araukanii [Resultados geográficos da minha viagem à Patagónia do
Norte e Araucania], - Kosmos, 1892, cad. 9.
La region andina del Rio Limay, - Annales del Museo de la Plata,
1892.
Zur Geologie van Nordpatagonien, - N. Jb. f. Min., 1892.
Bogactwa kopalniane brazylijskiego stanu Paraná [Riquezas
mineiras do estado brasileiro Paraná], -3U]HJOG(PLJUDF\MQ\
1893, n° 14.
Eine Forschungsreise in Patagonien, - Petermann’s
Geographische Mitteilungen, [Bd.] 3., 1893.
2 WU]HFLRU]
GRZ\FK SRNáDGDFK $PHU\NL 3RáXGQLRZHM >6{EUH DV
camadas de terceira-ordem da América do Sul], - Kosmos, 1895, nr
11 - 12.
Geologische Reisebeobachtungen in Südbrasilien, - Sitzb. d. k.
Akad. Wiss. in Wien, Mathem.-naturw. Classe, Bd. 107, 1898.
Der Staat Sào Paulo in Brasilien und sein Lanbau, Geographische Zeitschr., [Bd.] 6., 1899.
O pochodzeniu diamentów brazylijskich [Sôbre a origem dos
diamantes brasileiros], - WszechZLDWQƒ
&]áRZLHNNRSDOQ\Z3DWDJRQLL>2KRPHPGDVFDYHUQDVQD
Patagónia], :V]HFKZLDWQƒ
%7UDEDOKRVFRURJUiILFRVHGHWHPiWLFDV{EUHDHPLJUDüão
/LVW\]SRGUy*\>&DUWDVGH viagens], Martinica, Guayaquil, Puente
de Chimbo, Alansí, - :V]HFKZLDW Qƒ Qƒ 42, 51, 52.
Stosunki osadnicze w Brazylii [Condições da colonização no
Brasil], - Biblioteka Warszawska, 1882, vol. 1, cad. 1.
W kraju Indian Manzanhros [No país dos Indios Manzanhros],:V]HFKZLDW n° 25, 26.
3U]HNRSDQLH PL
G]\PRU]D SDQDPVNLHJR >$EHUWXUD GR LVWPR GR
3DQDPi@:V]HFKZLDWQƒ
= :DUV]DZ\ GR UyZQLND :VSRPQLHQLD ] SRGUy*\ SR $PHU\FH
3RáXGQLRZHMRGE\WHMZODWDFK- 1883 [De Varsóvia ao equador.
Recordações de uma viagem através da América do Sul efetuada nos
anos 1882 - 1883], Warszawa 1886, pp. 226.
3RGREF\PQLHEHP.DUWD]HZVSRPQLHSRGUy*Q\FK>6REXPFpX
estranho. Página de recordações de viagens], - Tygodnik
Ilustrowany, 1887, n° 217.
$GPLUDá *UDX .DUWND ] G]LHMyZ RVWDWQLHM ZRMQ\ SHUXZLDVNRchilijskiej [Almirante Grau. Página da história da última guerra
peruviano-chilena], - Tygodnik Ilustrowany, 1888, n° 281. .
Ignacy Domejko, - Kosmos, 1889.
= SRGUy*\ 'DNDU %XHQRV $LUHV 1D SRNáDG]LH VWDWNX ©&RQJRª
[De viagem. Dakar, Buenos Aires. a bordo do navio «Congo»],:V]HFKZLDWQƒ
3U]H] VWHS\ 3DWDJRQLL 3yáQRFQHM >$ WUDYpV GDV HVWHSHV GD
Patagonia do Norte],-:V]HFKZLDWQƒ
:LDGRPRFL ] 3DUDQ\ >1RWtFLDV GR 3DUDQi@ - 3U]HJOG
Emigracyjny, 1892, n° 1.
Z Brazylii [Do Brasil],-3U]HJOGEmigracyjny, 1892, n° 8.
/RVZ\FKRG(FyZEUD]\OLMVNLFK>2GHVWLQRGRVFRORQRVEUDVLOHLURV@
-3U]HJOG(PLJUDF\MQ\Qƒ
Mapa sytuacyjna kolonii polskich w Brazylii [Mapa sôbre a
situação das colônias de poloneses no Brasil], Lwów 1893, escala
VXSOGR3U]HJOG(PLJUDF\MQ\
O koloniach polskich w Brazylii [Sôbre as colônias de poloneses
no Brasil] (discurso no III Congresso dos juristas), - 3U]HJOG
Emigracyjny, 1893, n° 18/19.
3U]\V]áRü *\ZLRáX SROVNLHJR Z %UD]\OLL >2 IXWXUR GR HOHPHQWR
polonesno Brasil], -3U]HJOG(PLJUDF\MQ\Qƒ
W dorzeczu Rio Negro [N a bacia do Rio Negro],-:V]HFKZLDW
1893, n° 14, 15.
0LHV]NDF\ =LHPL 2JQLVWHM >+DELWDQWHV GD 7HUUD GR )RJR@ :V]HFKZLDW
1894, n° 6.
Wypadki w Brazylii [Acontecimentos no Brasil],-3U]HJOG
Emigracyjny, 1894, n° 8.
Za morze! Szkice z wycieczki do Brazylii [Do outro lado do mar!
Esboço de uma excursão ao Brasil], Lwów 1894, pp. 100.
Litwin. Sylwetka polsko-brazylijska [Lituano. Silhueta polonobrasilei], -3U]HJOG:V]HFKSROVNLQƒ
Korespondencja z Udine, 20 marca [Correspondencia de Udine,
20 de Março], -3U]HJOG:V]HFKSROVNLQƒ
Korespondencja z Genui, 22 marca [Correspondencia de Génova,
22 de Março],-3U]HJOG:V]HFKSROVNLQƒ
1D NUHVDFK F\ZLOL]DFML /LVW\ ] SRGUy*\ po $PHU\FH 3RáXGQLRZHM
odbytej w 1892 r. [Nos confins da civilização. Cartas de uma viagem
realizada pela América do Sul em 1892], Lwów 1896, pp. 263.
[Józef Siemiradzki - tradução]: Opis Stanu Parana w Brazylii
ZUD] ] LQIRUPDFMDPL GOD Z\FKRG(FyZ >'HVFULoão do Estado
Paraná no Brasil com informações para os emigrantes...], elaborado
por Manoel Francisco Ferreira Correia, Serro Azul. Segunda edição,
completada coro um mapa do Estado e das colonias de poloneses e
coro os suplementos: Conselhos e advertencias para os que emigram
para o Brasil e a Colonização Polonesa no Paraná, sua história e
estado presente, .XU\W\EDZ0DWHXV]/ZyZ
Szkice z kolonii w Paranie [Esboço das colonias no Paraná], I: S.
Mateus, II: Rio Claro, III: Lucena, - Gazeta Handlowo-Geograficzna,
1897, n° 8, 10, 13.
Beiträge zur Ethnographie der Südamerikanischen Indianer, Mitteilungen der anthropologischen Gesellschaft, Wien 1898.
3U]\F]\QHN GR HWQRJUDILL SLHUZRWQ\FK PLHV]NDFyZ $PHU\NL
3RáXGQLRZHM >&RQWULEXãço para a etnografia dos aborígenes da
América do Sul], -:V]HFKZLDWQƒ
La Pologne Nouvelle, in: Géographie Universelle, Ed. Reclus.
La Nouvelle Pologne, État de Parana (Brésil), Bruxelles 1899, pp.
11,m Institut Géographique de Bruxelles.
W sprawie towarzystwa kolonizacyjnego [A respeito da sociedade
colonizadora], - Gazeta Handlowo-Geograficzna, 1899, n° 8.
: VSUDZLH HPLJUDFML ZáRFLDVNLHM Z %UD]\OLL >$ respeito da
emigração de camponeses no Brasil], - Biblioteka Warszawska,
1900, vol. 1.
Polacy za morzem [Poloneses no ultramar], Lwów 1900, pp. 29.
>- 6LHPLUDG]NL H SDGUH :RODVNL@ Sprawozdanie z SRGUy*\
GHOHJDWyZ :\G]LDáX .UDMRZHJR GR %UD]\OLL >5Hlatório da viagem
dos delegados do Departamento Nacional... ao Brasil], - Gazeta
Handlowo-Geograficzna, 1900, n° 4, 5, 7, 8, 9.
6]ODNLHPZ\FKRG(FyZ:VSRPQLHQLD]SRGUy*\GR%UD]\OLLRGE\WHM
] SROHFHQLD *DOLF\MVNLHJR :\G]LDáX .UDMRZHJR >6HQGDV GRV
emigrantes. Recordações da viagem feíta pelo Brasil sob
recomendacao do Departamento Nacional da Galícia], vol. 1 - 2,
Warszawa 1900, pp. 154 + 160.
Pod obcym niebem. Szkice i obrazki [Sob um céu estranho.
Esboços e quadros], Kraków 1904, pp. 146.
2GSRZLHG(QDDQNLHW
HPLJUDF\MQ>5HVSRVWDDRLQTXpULWRVREUH
a emigração], in: Stenographisches Protokoll der Expertise über das
Auswanderungswesen, Wien 1905.
2 ,QGLDQDFK 3RáXGQLRZHM $PHU\NL >6{EUH RV ,QGLRV GD $PpULFD
do Sul], Kraków 1924, pp. 31.
.LONDVáyZ]G]LHMyZRSLHNLQDGZ\FKRG(VWZHPZ3ROVFH>$OJXPDV
palavras da história da proteção sôbre a emigração na Polonia], Emigrant, 1930, n° 9 - 10.
Marcin Kula
Les chemins de fer du Sud du Brésil...
Archiwum Akt Nowych, Warszawa [Arquivo de Atos Novas,
Varsovia], Archiwum I. J. Paderewskiego [Arquivo de I. J.
Paderewski], pasta 388, p. 1 - 15.
Les chemins de fer du Sud du Brésil et la colonisation de l’État de
Parana
Je commence par une page d’histoire, triste comme l’histoire de
tous les pays de l’Amérique du Sud.
Il y avait une fois, au centre même de l’Amérique du Sud, un beau
pays au climat délicieux ; il n’y avait là encore ni blancs
insuffisamment cuits par le bon Dieu d’après la naïve légende
indienne, ni nègres trop brulés, mais uniquement des hommes
parfaits, cuits à paint, d’une belle couleur rouge cuivrée, des
indigènes daux et paisibles, vivant du produit de leur chasse et de la
culture de quelques plantes alimentaires du pays.
D’immenses forêts vierges alternaient avec de riches pâturages,
que foulaient seuls de traupeaux de cerfs et de chevreuils. Le gibier
abondant et les poissons des innombrables cours d’eau suffisaient à
la nourriture des Indiens Guaranis divisés en de nombreuses tribus
indépendantes, abéissant uniquement à des caciques élus par les
guerriers eux-mêmes. Comme on n’y connaissait pas encore de
gisements d’or ou de diamants qui auraient excité la convoitise des
blancs, les aventuriers espagnols et portugais, peu nombreux alors,
n’y attachaient point de prix, se contentant d’y envoyer des
missionnaires, chargés de convertir à la foi catholique les indigènes
païens. Or, ces missionnaires, n’étant autres, que les Pères Jésuites,
intelligents et merveilleusement organisés, l’oeuvre de la conversian
fut vite accomplie, et les nouveaux venus procédèrent à
l’organisation civile et leur pacifique conquête.
Ils enseignerent aux indigenes la culture du tabac, du coton, du
café, introduisirent l’igname et la banane, planterent des forêts
entières d’orangers, enseignèrent aux convertis maintes industries
européennes, entre autres, l’art de fabriquer les merveilleuses
dentelles, connues et justement appréciées jusqu’à nos jours par nos
élégantes mondaines sous le nom de dentelles Guaranis ou de
Teneriffe, et réunissant peu-à-peu sous leur domination les petites
tribus dispersées, constituèrent en peu de temps un puissant État ne
dépendant que nominalement du gouverneur espagnol du Paraguay,
indépendant en réalité. Les Jésuites eurent soin d’organiser leur
domaine selon le droit coutumier des Indiens et, prenant pour modèle
les institutions civiles du royaume des Incas au Pérou, imposèrent
aux tribus converties un régime tout à fait indien, moitié
théocratique, moitié socialiste, dominé despotiquement par la caste
régnante du clergé, muni d’un pouvoir despotique et illimité.
Établis d’abord dans la partie méridionale du Paraguay, les Pères
Jésuites étendirent peu-à-peu leur domination vers l’Est, trouvant
partout une population semblable à celle du Paraguay, des tribus
Guaranis paisibles et dociles. En étendant leur influence, ils
établirent de nombreuses missions sur tous les cours d’eau tributaires
de la rive gauche du Parana, sur l’Yguassou et le Haut-Uruguay, dans
toute l’étendue du grand plateau sud-brésilien, s’étendant vers le
nord, jusqu’à la frontière de la province brésilienne San Paolo [!],
vers l’Est jusqu’à la chaîne de montagnes cotières, vers le sud
jusqu’aux pampas du Haut-Uruguay. Ils n’arrtèrent leur marche
conquérante qu’après avoir atteint la chaîne des montagnes longeant
la côte de l’Océan Atlantique, abrupte et inaccesible, d’ailleurs
occupée par des tribus guerrières et sauvages, d’autre part, ils se
heurtèrent vers le sud, dans la plaine de l’Uruguay, à des tribus
hostiles auracaniennes et Caraïbes. Le voisinage des colonies
portugaises devint funeste à la République des Jésuites: de nombreux
aventuriers portugais connus sous le nom «Mamelouks», des
chasseurs d’esclaves qu’ils vendaient fort avantageusement aux
marchés de Rio de Janeiro et de Bahia, envahirent les domaines des
Missions, ravagèrent et pillèrent les villages et les bourgades
nouvellement établies. Toute l’histoire de la République des Jésuites
du Paraguay, n’est qu’une lutte continuelle contre ces razzias des
chasseurs d’esclaves que les missionnaires repoussaient tant bien que
mal, ayant organisé des troupes régulières pour la défense du pays.
Le gouvernement espagnol ne s’en mêlait pas. La date 1759 à
laquelle les Jésuites furent expulsés de tous les États espagnols, fut
funeste aux Indiens convertis. Ne trouvant plus de protecteurs contre
les attaques des Mamelouks, privés tout d’un coup de leurs chefs, les
malheureux Guaranis furent tous emmenés comme es claves au
marché de Rio de Janeiro. L’immense domaine des Missions fut
entièrement dépeuplé, ravagé et réduit à l’état de forêt vierge,
n’abritant que des bêtes sauvages, des tribus indépendantes et
guerrieres «Botocudes et Caroados» et quelques rares colons
portugais à demi sauvages, appelés «Caboclos», disseminés dans
l’immense forêt et vivant, comme les Indiens, du produit de leur
chasse et d’un primitif élevage de bestiaux.
Nominalement incorporés au Brésil, les territoires actuels de Rio
Grande do Sul, de Sta Catharina et de Parana, tombèrent dans l’oubli.
C’est tout au plus, si on s’en souvenait à Rio comme d’un lieu de
déportation des criminels, qu’on envoyait dans quelque trou perdu de
la côte malsaine et inhospitalière, d’ou, si bon leur semblait, ils
étaient libres d’aller à l’intérieur, qui d’ailleurs ne tentait personne
par crainte des sauvages Botocudes et d’innombrables bêtes fauves,
surtout de jaguars qui pullulaient dans les forêts du haut plateau. La
connaissance de ces pays était tellement incomplète, que dans des
manuels de géographie encare en usage aujourd’hui dans les écoles
brésiliennes, ce beau plateau, dont le climat ne peut être comparé
qu’à celui du midi de la France, à été classé parmi les pays « froids »
inhabitables à cause des neiges en hiver. jusqu’à la moitié du XIX[e]
siècle, sur toute l’étendue de la côte brésilienne, depuis Santos
jusqu’à Montevideo, il n’y avait que quelques misérables villages de
pêcheurs, la seule ville habitée Desterro, lieu de déportation, comme
l’indique son nom, étant située sur une île.
Le Brésil, étant alors d’ailleurs très peu peuplé, et encare cette
rare population étant limitée aux provinces tropicales du Nord de
l’Empire, manquant de la main d’oeuvre nécessaire à l’exploitation
des plantations de cannes à sucre et de cacao, ce n’était que par la
traite des nègres esclaves que les plantateurs parvenaient à exploiter
leurs propriétés. Le Midi « froid » était tout à fait oublié. Libre était à
chacun d’occuper où bon lui semblait un espace de 5 lieues carrées
(concession comme on l’appelait alors) à la seule condition d’en faire
dresser un plan et de le déposer chez le juge de paix le plus proche ce
qui, soit dit en passant, ne pouvait pas être exécuté faute de
géomètres et de juges de paix dans ces provinces lointaines.
Ce n’est que vers 1856, que le Duc de Joinville1, propriétaire
d’une «concession » immense occupant la moitié de l’État de Sta
Catharina, vendit ses terres à une Compagnie allemande de
Hambourg, qui procéda à une colonisation regulière avec des
immigrants européens. Les villes de San Francisco, Itajahy, Joinville,
Blumenau et un réseau de colonies agricoles allemandes occupèrent
la côte malsaine, puis une excellente route carrossable ayant été
construite par le g[ouvernemen]t impérial, on s’aventura de plus en
plus vers l’intérieur et on atteignit le haut plateau à travers la chaîne
des montagnes côtieres et les sources de cours d’eau navigables, du
Rio Negro et de ses affluents, qui permettaient de pénétrer vers
l’Ouest dans l’intérieur même des forêts vierges des anciennes
Missions des Jésuites. Malgré la résistance désesperée des vaillants
Botocudes et Caroados, on parvint à prendre pied dans les montagnes
en y établissant les bourgs de Rio Vermelho et de Rio Negro, situés
sur la seule route accessible qui dans ce temps permettait de pénétrer
de la côte de l’Atlantique jusqu’au plateau central.
Cette société hambourgeoise prenait ses colons un peu partout, des
Allemands de la Poméranie et de l’Autriche, des Irlandais, des
Tchèques, des Polonais de Silésie, etc... Mais peu à peu, les éléments
étrangers disparurent, les Polonais allèrent aux environs de Curitiba
pour s’y établir aux frais de la municipalité et tout le littoral de la
Province de Sta Catharina devint, malgré les dénominations
françaises de Joinville, Orléans, etc... une colonie exclusivement
allemande.
Survint la guerre de Paraguay, menée à bon fin après des efforts
désespérés au bout de 7 ans, durant lesquels le g[ouvernemen]t
brésilien abandonna ses projets de colonisation dans le Sud. La
1
François-Ferdinand d’Orléans, prince de Joinville (1818 - 1900) - Almirante frances.
Compagnie Hambourgeoise liquida ses affaires et le tout fut laissé à
l’initiative privé e de nouveaux colons.
Ce n’est qu’après la chute de l’Empire, en 1890, que le nouveau
gouvernement républicain reprit ces tentatives de colonisation dans
le sud, profitant de l’ouverture d’une nouvelle ligne de chemin de fer,
qui reliait la baie de Paranagua, le seul port accessible aux grands
navires et bien abrité de la côte sud-brésilienne, à la capitale de l’État
de Parana. Une agence g[énéra]le, pour l’encouragement de
l’émigration européenne au Brésil, fut établie à París et de nombreux
agents furent envoyés en quête d’émigrants en Allemagne, en Italie
et en Pologne. Le résultat de cette agitation dépassa de beaucoup les
moyens disponibles du gouvernement brésilien et il s’en suivirent de
grands désordres et des interventions diplomatiques.
L’immigration européenne au Brésil jusqu’en 1867 ne dépassa
jamais le chiffre de 20 000 personnes par an, l’immigration augmenta
graduellement, jusqu’en 1887, où elle atteignit le chiffre de 54 000
personnes, puis viennent des sauts brusques et factices: en 1888, on
compte déjà 132 000 immigrants, en 1891, on en comptait 218 940.
La moyenne de 10 ans était de 60 000 émigrants pour tous les
États brésiliens. Les immigrants appartenaient aux nationalités
suivantes: Italiens 28 000, Portugais 21 000, Espagnols 5200,
Allemands 2150, Français 800, Autrichiens 800.
Dès l’année 1892, on observe un changement brusque dans cette
statistique: les Italiens affluent en masse, il en est venu 116 560 en
1891, contre 10 600 en 1882. On peut observer un accroissement
lent, mais constant, de l’immigration allemande et austro-hongroise
et enfin l’apparition d’un nouvel élément de colonisation qui devint
bientôt prépondérant.
C’est l’immigration polonaise, qui dans un es pace de quelques
mois à peine, atteignit le nombre de plus de 100 000 personnes. La
nouvelle loi sur l’immigration, promulguée par le gouvernement
républicain, accordait aux immigrants le passage gratuit jusqu’au lieu
de déstination, le choix libre du lieu d’établissement, un lot de terre
de 25 hectares par famille et quelques provisions indispensables dans
les premiers mois de leur arrivée.
Le nombre des immigrants attirés par cette loi ayant de beaucoup
dépassé les moyens disponibles du gouvernement fédéral, un
encombrement effroyable se produisit dans les dépôts centraux de
Rio de Janeiro et de Pinhero, les colons attendirent parfois des
années entières leur expédition au lieu de destination, des épidémies
de fièvre typhoïde, de fièvre jaune, etc... décimèrent les malheureux
émigrants. Beaucoup d’entre eux, découragés avant d’arriver au lieu
de destination, réclamèrent leur renvoi en Europe ; il s’en suivit
maintes révoltes sanglantes. à bout de moyens, le gouvernement
fédéral cessa d’encourager l’immigration européenne. Mr. Antonio
de Silva Prado, chef de l’agence centrale à Paris, fut rappelé et les
agences européennes furent fermées.
En 1894, éclata la révolution du Sud centre le gouvernement
fédéral qui dura plus d’une année et arrêta la marche normale de la
colonisation. Après la chute du maréchal Fonseca, M. Prudente
Moraes, élu président de la République2, recommença l’oeuvre
interrompue par la guerre civile et fit publier un nouveau décret
encourageant l’immigration agricole.
Plus de 100 000 Italiens répondirent à cet appel, envahissant les
plantations de café de l’État de San Paolo [!] et dalla les colonies
situées sur la frontière de la République Argentine.
Environ 60 000 émigrants polonais et ruthéniens de Galicie
affluèrent en une seule année vera l’État de Parana. En 1897, l’action
colonisatrice du Gouvernement fédéral fut de nouveau abandonnée
aux soins de compagnies privées, le g[ouvernemen]t se bornant à
transporter à ses frais les immigrants arrivés à Rio de Janeiro, aux
dépôts centraux des États choisis par eux pour s’y établir.
Dans une période de 7 ans, de 1890 à 1897, un réseau de colonies
agricoles fut établi depuis la ville de Curitiba, alors point terminus de
l’unique chemin de fer reliant le plateau à la côte, le long de la rivière
Ygouassou navigable dans son cours supérieur presque depuis la
source et de son affluent le Rio de Janeiro. Plus de 60 000 colons
polonais s’établissent dalla l’État de Parana qui, en 1887, ne comptait
2
Manoet Deodoro da Fonseca, foi chefe do Govêrno Provisório durante os anos 1889 - 1891. Depois
dele, até 1894, desempenhou à função de presidente o vice-presidente Floriano Peixoto, e apenas
depois dêste, nos anos 1894 - 1896, foi presidente Prudente José de Morais Barros.
sur une étendue de 221 319 kilomètres carrés que 187 000 habitants ;
on en compte actuellement un demi million ce qui est fort peu en
comparaison de l’étendue du pays, mais constitue tout de même une
augmentation énorme d’autant plus que les indigènes Coboclos et
métis indiens étaient à demi sauvages et n’avaient aucune notion de
l’agriculture, ne sachant tirer aucun profit des qualités merveilleuses
de leur sol natal.
Le désert laissé par les mamelouks après l’expulsion des Jésuites
se repeupla, des bourgades insignifiantes sont devenues des villes
florissantes comme Palmeira, Ponía Grossa, Rio Negro, etc... avec
une rapidité vraiment américaine.
C’est en plein milieu de cette nouvelle colonisation que fut
commencée la grande entreprise des Chemins de Fer du Sud du
Brésil, dont l’immense importance, non seulement pour le
développement économique des nouvelles colonies, mais encore
pour l’avenir économique de toute la partie centrale de l’Amérique
du Sud, immobilisée jusqu’à présent par sa dépendance du marché de
Buenos Aires, seul point d’accès vers le Brésil méridional (provinces
de Mato Grosso, Parana, Rio Grande, tout le Paraguay et le Chaco
Bolivien) permet de prévoir un revirement du mouvement
commercial de des [!] paya, car après la construction des lignes
projetées, on pourra atteindre le port de Paranagua dans l’espace de 4
jours au lieu de 15 à 20 jours de navigation qu’il faut aujourd’hui
pour atteindre la mer à Buenos Aires.
Il va de soi que le rendement de ces lignes projetées dépendra, en
premier lieu, du mouvement local et du développement économique
des colonies établies le long de la voie ferrée. Bref, il s’agit de
repeupler les belles plaines du plateau sudbrésilien avec les éléments
les plus capables de s’y maintenir et d’y créer des centres
d’agriculture et de commerce importants.
Or, quand on à affaire à des États aussi peu stables comme le sont,
en général, tous les États sud-américains, y compris le Brésil, avec
des gouvernements ephémères, renversés à chaque crise insignifiante
par quelque pronunciamento d’une douzaine de soldats indisciplinés
ou d’un ministre ambitieux qui entraîne toujours des conséquences
désastreuses pour le développement économique du pays, il est
important de ne pas compter sur les engagements d’un gouvernement
quel qu’il soit, les gouvernements étant, en général, de fort courte
durée, mais sur des bases plus solides, sur les intérêts de la
population locale, qui, en majorité, ne s’intéresse que fort peu aux
révolutions fréquentes de la capitale lointaine, surtout quand on à
affaire, comme c’est de cas dans le sud du Brésil à des colons
européens dont la grande majorité n’est même pas naturalisée et ne
fait pas de politique.
Le gouvernement brésilien à fait un bon commencement, c’est à
l’initiative privée, surtout aux entreprises de chemins de fer de mener
à bien la colonisation du pays, laquelle doit assurer le rendement des
lignes construites.
Connaissant à fond le mécanisme du service de l’immigration
ainsi que les relations géographiques, climatiques et économiques du
Brésil méridional que j’ai parcouru dans tous sens, depuis les villes
côtieres, jusque dans le milieu des forêts vierges à peine entamées
par les colons nouvellement arrivés, je me permets d’insister sur
plusieurs points importants dont il faut tenir compte, si l’on veut
éviter des accrocs et profiter des expériences faites par le
gouvernement brésilien, lesquelles lui ont côuté parfois bien cher.
Dans la crainte de voir se renouveler l’envahissement de l’État de
Sta Catharina par les colons allemands qui ont trop visiblement les
yeux tournés vers Berlin, le gouvernement brésilien avait essayé de
plusieurs moyens, qui pourtant n’ont pas toujours bien réussi. Ne
voulant pas former des centres de population composés d’une seule
nationalité, on avait essayé d’établir dans une même colonie, une
douzaine de nationalités à la fois, dans l’espoir de les assimiler plus
facilement. Je connais de colonies, surtout dans l’État de Rio Grande
do Sul, où se trouvaient à la fois des Italiens, des Espagnols, des
Portugais, des Hongrois, des Polonais, des Lithuaniens, des
Allemands, des Suédois et même des Arabes catholiques de Syrie. Le
résultat de cet étrange mélange fut négatif: loin de s’assimiler aux
indigènes demi-sauvages, les colons ne pouvant, se comprendre entre
eux dans cette nouvelle tour de Babel, abandonnèrent leurs lots. La
colonie étant située dans la partie basse du plateau, voisin de
l’Uruguay, où le froment ne réussit pas et où la vigne ne mûrit pas
d’un seul coup, mais produit simultanément des fleurs et des fruits,
des gens du nord: Polonais, Lithuaniens, Suédois aussi bien que ceux
du Midi: Tyroliens, Hongrois, Dalmates, ne pouvant cultiver la
vigne, faillirent mourir de faim. Une année après la fondation de
cette colonie, de quelques milliers d’habitants, il ne resta plus que
1000 Italiens et Espagnols qui se mirent à planter de la canne à sucre
et du riz. En 1895, on établit sur les lots abandonnés 8000 Polonais,
en 1896, il n’y en avait plus que 800, les autres étaient retournés vers
les villes de la côte, trouvant de l’ouvrage dans des fabriques de
conserves et dans les Granboucheries(soloirs, saladeros). Un an
après, la colonie fut envahie par les Italiens, qui étaient déjà les plus
nombreux depuis le commencement et le caractère babilonien de la
colonie disparut, après qu’on eut dépensé des sommes énormes sans
aucun résultat.
Ailleurs dans l’État de Parana, on essaya autre chose et l’on fonda
de petits groupes coloniaux d’une seule nationalité, en établissant
alentour des groupes similaires, mais de nationalités différentes. Le
résultat de cette expérience non moins couteuse, fut déplorable. En
voici plusieurs exemples ; vers l’année 1885, on fit venir des colons
allemands du sud de la Russie en leur distribuant des terres dans le
steppe rocailleux aux environs de palmeira, parce que ces colons
n’étaient pas accoutumés à défricher des forêts. Trouvant le sol dur et
pierreux, tout à fait différent des riches steppes russes, ces Allemands
émigrèrent en masse dans la République Argentine, où ils fondèrent
une colonie florissante (huojo) dans la province de Buenos Aires.
Ceux qui restèrent, devinrent cochers de fiacre ou charretiers,
abandonnant l’agriculture peu lucrative. A quelques lieues de cette
colonie allemande manquée, on établit une colonie d’Italiens amenés
par un certain Dr. Rossi socialiste anarchiste, qui organisa ses
compatriotes en phalanstère socialiste: de cette colonie, il ne reste
plus que les jolies maisonnettes blanches aux toits rouges, mais il n’y
à plus un seul habitant, le fondateur lui même à failli être assassiné
par ses compatriotes.
Aux bords de l’Yguassou, le gouvernement coulant fonder un
bourg comme point de départ d’un réseau colonial, à l’intérieur de la
forêt, établit dans la localité nommée São Matheus une cinquantaine
de familles irlandaises qui se révoltèrent au bout de 6 mois et furent
renvoyées en Europe aux frais du gouvernement. On les remplaça par
les colons espagnols qui abandonnèrent, au bout d’un an, leurs lots.
Enfin, en 1890, on essaya d’établir à São Matheus des colons
polonais. Ils y sont restés. Les quelques mesures primordiales ont fait
place à une petite bourgade, qui fut le point de départ d’un réseau de
colonies polonaises de 50 000 habitants qui s’étendirent jusqu’au
point terminus de la navigation sur l’Yguassou, Porto União,
actuellement une belle ville et le centre d’un réseau de chemin de fer.
L’immigration polonaise se composant presque exclusivement de
paysans, l’élément commercial et industriel dans les nouvelles
colonies à un caractère cosmopolite, cependant avec prépondérance
marquée de la race teutonne.
L’expérience faite ailleurs à Rio Grande do Sul, où l’on avait
essayé d’établir au milieu des forêts vierges des ouvriers mineurs et
WLVVHUDQGVYHQXVGHODYLOOHGHàyG(– une des centrales industriels les
plus importantes de Pologne - avait démontré que la nationalité des
immigrants ne suffisait pas pour en faire des agriculteurs.
Bref,les résultats de l’essai de différents systèmes plus ou moins
nationalistes dans la colonisation brésilienne out échoué partout,
mais peu à peu il s’est produit un groupement naturel, sans concours
du gouvernement et même contre ses intentions, mais par la force
même des choses.
Les immigrants espagnols et portugais se dirigent vers les
provinces du Nord ou vers les steppes de l’extrème-sud.
Les Italiens affluèrent en masse de plus de 100 000 personnes par
an vers l’État de São Paolo [!], mais ne s’y établissaient presque
jamais comme colons, envahissant les villes et les plantations de café
comme ouvriers engagés par contrat et chaque famille pratique et
économe pouvait retourner en Italie après 5 ans d’engagement avec
un pécule de quelques mille francs. C’étaient, pour la plupart, des
Italiens des environs de Naples et de Sicile, accoutumés à la chaleur
intense qui règne dans la zone du café, [ne] cherchant point à
s’établir, mais à gagner de l’argent.
Les Italiens du Nord: Lombards, Liguriens et Dalmates, cultivant
de préférence la vigile et le riz, affluèrent vers la province de Rio
Grande do Sul, formant colonies agricoles aux alentours de Porto
Alegre et de l’Urugyana.
L’Allemagne dont la natalité commence à décroître et de plus
ayant une industrie très développée et des colonies en Afrique, ne
fournit qu’un nombre restreint d’émigrants aux deux Amériques en
n’a plus de colons agriculteurs disponibles.
Les immigrants allemands, venant pour la plupart des provinces
allemandes de l’Autriche, s’établirent presque exclusivement dans
les villes comme commerçants et industriels sur le haut plateau ;
seuls, les colons polonais surent non seulement s’y maintenir, mais
s’y prendre de pied ferme, rachetant à des prix élevés les terres des
anciens colons italiens, allemands et espagnols de la contrée. Outre le
seigle, le froment, le blé de sarrazin et les pommes de terre qui ne
réussissent que dans cette partie « froide » du Brésil (la farine, les
pommes de terre ainsi que le beurre sont encore toujours importés
d’Europe), ils cultivent la ma’is, l’igname, la patate, le tabac et sont
devenus très habitués dans l’exploitation de l’herva mate; bref, ils se
sont montrés excellents colons, parfaitement appropriés à toutes les
cultures possibles dans la région du haut plateau sud-brésilien (zone
froide des Brésiliens).
La Compagnie des Chemins de Fer du Sud du Brésil, qui est en
train de construire la ligne de Porto União sur I’Yguassou vers le
sud, par Palmas, vers la frontière de l’Uruguay et étudie une seconde
ligne d’une importance capitale depuis Porto União à travers la forêt
vierge tout à fait inhabitée le long de I’Yguassou jusqu’aux chutes de
Victoria à la frontiere du Paraguay, devrait donc de préférence
recruter des paysans polonais pour peupler ses terres le long des
nouvelles lignes dans les limites du haut plateau.
Le système actuel, d’établir des ouvriers travaillant à la
construction de la ligne même, ne peut pas donner des résultats
satisfaisants, vu que ces ouvriers choisis au hasard se recrutent, pour
la plupart, parmi le prolétariat des grandes villes ou dans [les] centres
industriels et de plus, arrivant pour la plupart, sans famille, ne
donnent pas de garantie serieuse d’un établissement durable. Il suffit
de rappeler que des 8000 immigrants polonais recrutés en 1891
SDUPLOHVRXYULHUVGH9DUVRYLHHWGHYLOOHLQGXVWULHOOHGHàyG(TXHOH
gouvernement brésilien avait établis dans la colonie de Juaguary au
nord de l’État de Rio Grande do Sul, il n’en est resté que 800 sur
place dans le courant d’une seule année, les ouvriers ayant quitté
leurs lots pour se rendre dans les villes de Porto Alegre et de Pelotas,
où ils trouvèrent de l’ouvrage dans des établissements industriels qui
leur étaient plus familliers que l’agriculture et le défrichement des
forêts. C’est aussi la cause pour laquelle, depuis que l’Allemagne ne
dispose plus d’un excédent de population agricole, les émigrés
allemands ne s’établissent plus que dans les villes, évitant le travail
des fermes.
Le matériel d’hommes parfaitement appropriés à la colonisation
du plateau brésilien ne manque pas actuellement en Pologne qui à
une population excessivement dense, ne trouvant pas dans l’industrie
encore peu developpée des débouchés suffisants pour l’excédent
disponible. Sans compter 400 000 personnes environ qui s’en vont
chaque année chercher du travail en Allemagne, au Danemark, en
Suède, en France et surtout aux États-Unis et qui, pour la plupart,
rentrent au bout de quelques mois ou de quelques années dans leurs
foyers, on peut compter plus de 40 000 personnes par an, quittant
leur pays sans esprit de retour, cherchant à s’établir comme fermiers
aux États-Unis (Minnesota, Wisconsin, Texas), aù Brésil (Parana),
dans la République Argentine (gouvernement de Missiones).
Après la derniere guerre russo-japonaise, un fort mouvement
d’émigration polonaise s’est dirigé vers l’extrême-orient de la
Sibérie, depuis que les nombreux soldats polonais, qui avaient pris
part à cette guerre (la garnison de Port Arthur en était presque
exclusivement composée) et qui séjournèrent au Japon comme
prisonniers de guerre, apprirent á connaître les richesses de ces pays
orientaux.
Il serait de détourner ce [!] vers le Brésil méridional qui est connu
et bien noté parmi les fermiers polonais, seulement les frais de
voyage de familles entières retiennent ceux qui voudraient émigrer ;
en avançant dans certains cas les frais de passage, remboursables
ensuite par [de] petites annuités après l’établissement définitif, on
pourrait facilement non seulement diriger le courant de l’émigration
polonaise vers le Brésil, mais encore – ce qui est important - cela
permettrait de faire un choix parmi les gens qui se présenteraient, en
n’acceptant que des gens mariés avec leur familles et en n’admettant
tout au plus que 10 % de gens de métiers ou d’ouvriers industriels.
Le terrain est bien préparé et la chose serait facile à exécuter,
d’autant plus que la contrée qui actuellement fournit la plus grande
partie des émigrants est située tout près de la frontière de la Galicie,
où le service de l’émigration est assez bien organisé depuis plusieurs
années.
Signé : Prof. Dr Joseph Siemiradzki

Documents pareils