Educação e violência estrutural
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Educação e violência estrutural
RESUMO Educação e violência estrutural (... e algumas pequenas histórias de não adormecer) Rosa Soares Nunes Professora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. E-mail:[email protected] Uma concepção reducionista de educação, ausente da consciência da íntima relação que liga os processos educativos e os processos sociais mais abrangentes de reprodução social, precisará sempre de acrescentes adjectivadores (integrada, inclusiva…) que configurem o edifício eufemístico que contorna os artifícios da sua separação do mundo a que pertence, potenciando a sua instrumentalidade à eficácia de uma ordem violenta que mantém cada um no seu lugar. Há, assim, que interrogar a tendencial sujeição da educação à lógica do capitalismo transnacional, que tem imposto as directrizes das políticas e das práticas educativas, a ponto de esta se ver progressivamente convertida a um subsector da economia. Fornecendo os conhecimentos que são funcionais à sua expansão, é geratriz de um quadro de valores que, inculcados, garantem a legitimação dos interesses dominantes. Mas há uma utopia em contra-mão: aí se acolhe uma nesga da memória. Palavras-chave : Educação. Violência. Amor. RÉSUMÉ Education et violence structurelle (... et quelques petites histoires à ne pas s´endormir) Une conception réductrice de l’éducation, absente de l’intime liaison dês procès éducatifs aux procès plus généralisés de la reproduction sociale, aura besoin, pour se fermer, d’une adjectivation excessive (integrée, inclusive …) qui puisse figurer cette construction euphemistique, artificiel, d’une séparation du monde auquel appartient, en élévant son instrumentalité à l’éficacité d’une ordre violente qui maintient, d’une façon imposante, chacun à sa place. De cette manière, il faut mettre en cause la sujétion de l’éducation à la logique du capitalisme global, qui impose les directrices dês politiques et dês pratiques éducatives, à poin de se voir l’éducation devenir un simple département de l’économie. Offrant les connaissances qui sont fonctionnels à son expansion, est génératrice d’un cadre de valeur qui, inculquées, sont le garant de la légitimation des intérêts dominants. Mais il y a une utopie en contre-cicle: c’est là qui s’accueille un petit espace de mémoire. Mots-clés: Education. Violence. Amour. RESUMEN Educación y violencia estructural (... y algunos cuentos de no dormirse) Una concepción reduccionista de la educación, ausente de la conciencia de la intima relación que une los procesos educativos y los procesos sociales mas alargados de reproducción social, necesitará de la adjetivación (integrada, inclusiva….) que ayude la configuración del edificio eufemístico que contorna los artificios de su separación del mundo al que pertenece, potenciando su instrumentalidad a la eficacia de un orden violento que, impositivamente, mantiene cada uno en su sitio. Tenemos, así, que interrogar la tendencial sujeción de la educación a la lógica del capitalismo transnacional, que impone las directrices de las políticas y de las prácticas educativas de manera que esta se vea, progresivamente convertida en un sub-sector de la economía. Garantizando los conocimientos que son funcionales a su expansión, es generadora de un cuadro de valores que, inculcados, garanticen la legitimación de los intereses dominantes. Pero hay una utopía en contra-ciclo: ahí se acoge una parcela de memoria. Palabras llave: Educación. Violência. Amor.