[1,0 ponto] Quanto à alcunha de Quincas

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[1,0 ponto] Quanto à alcunha de Quincas
4º
P95
Esta prova contém
M
10
B
10/11/2009
questões.
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Questões sobre o livro “A morte e a morte de Quincas Berro Dágua”:
01) [1,0 ponto] Quanto à alcunha de Quincas:
a) Surgiu a partir de um mal entendido, quando Quincas bebeu água sem querer.
b) Foi-lhe dada porque seu amor pela água era muito grande.
c) Não existe no livro nenhum relato de sua origem.
d) Explica a reação de seus amigos ao saberem de sua morte (berrar e chorar).
e) Acredita-se que tenha nascido de uma brincadeira de sua filha Vanda.
02) [1,0 ponto] Quando Quitéria viu Quincas acompanhado de seus amigos vagando pelas
ruas da cidade ela:
a) Achou que estava vendo um fantasma e saiu correndo.
b) Não teve dúvidas: chamou Vanda para presenciar a cena.
c) Correu em direção a ele para pedir perdão.
d) Xingou Quincas, pois achou que tudo não tinha passado de uma de suas brincadeiras.
e) Mandou chamar a polícia, pois a família estava preocupada com o desaparecimento dele.
Texto para as questões 03 a 07:
O engraçado arrependido
Francisco Teixeira de Souza Pontes, galho bastardo duns Souza Pontes de trinta mil
arrobas afazendados no Barreiro, só aos trinta e dois anos de idade entrou a pensar
seriamente na vida.
Como fosse de natural engraçado, vivera até ali à custa da veia cômica, e com ela
amanhara casa, mesa, vestuário e o mais. Sua moeda corrente era micagens, pilhérias,
anedotas de inglês e tudo quanto bole com os músculos faciais do animal que ri, vulgo
homem, repuxando risos ou matracolejando gargalhadas.
Sabia de cor a Enciclopédia do Riso e da Galhofa, de Fuão Pechincha, o autor mais
dessaborido que Deus botou no mundo; mas era tal a arte do Pontes, que as sensaborias
mais relambórias ganhavam em sua boca um chiste raro, de fazer os ouvintes babarem de
puro gozo.
Em todos os gestos e modos, como no andar, no ler, no comer, nas ações mais triviais
da vida, o raio do homem diferençava-se dos demais no sentido de amolecá-los
prodigiosamente. E chegou a ponto de que escusava abrir a boca ou esboçar um gesto para
que se torcesse em risos a humanidade. Bastava sua presença.
- É da pele, este Pontes! - Basta, homem, você me afoga! E se o pândego se
inocentava, com cara palerma: - Mas que estou fazendo? Se nem abri a boca...
Assim viveu Pontes até a idade do Cristo, numa parábola risonha, a rir e fazer rir, sem
pensar em nada sério vida de filante que dá momos em troca de jantares e paga continhas
miúdas com pilhérias de truz.
Um negociante caloteado disse-lhe um dia entre frouxos de riso babado: - Você ao
menos diverte, não é como o major Carapuça que caloteia de carranca.
Aquele recibo sem selo mortificou seu tanto ao nosso pândego; mas a conta subia a
quinze mil réis - valia bem a pelotada. Entretanto, lá ficou a lembrança dela espetada como
alfinete na almofadinha do amor-próprio.
Tudo cansa. Farto de tal vida, entrou o hilarião a sonhar as delícias de ser tomado a
sério, falar e ser ouvido sem repuxo de músculos faciais, gesticular sem promover a quebra
da compostura humana, atravessar uma rua sem pressentir na peugada um coro de "Lá vem
o Pontes!" em tom de quem se espreme na contenção do riso ou se ajeita para uma
barrigada das boas.
Reagindo, tentou Pontes a seriedade. Desastre.
O estrondoso êxito do que a toda a gente se afigurou uma faceta nova da sua veia
cômica verteu mais sombra na alma do engraçado arrependido. Era certo que não poderia
traçar outro caminho na vida além daquele, ora odioso? Palhaço, então, eternamente
palhaço à força? Mas a vida de um homem feito tem exigências sisudas, impõe gravidade e
até casmurrice dispensáveis nos anos verdes. O cargo mais modesto da administração, uma
simples vereança, requer na cara a imobilidade da idiotia que não ri. Não se concebe
vereador risonho. Falta ao dito de Rabelais uma exclusão: o riso é próprio à espécie
humana, fora o vereador.
Entrou a fugir dos homens e despendeu bons meses no estudo da transição
necessária ao conseguimento de um emprego honesto. Pensou no balcão, na indústria, na
feitoria duma fazenda, na montagem dum botequim - que tudo era preferível à paspalhice
cômica de até ali.
Um dia, bem maturados os planos, resolveu mudar de vida. Foi a um negociante
amigo e sinceramente lhe expôs os propósitos regeneradores, pedindo por fim um lugar na
casa, de varredor que fosse. Mal acabou a exposição, o galego e os que espiavam de longe
à espera do desfecho torceram-se em estrondoso gargalhar, como sob cócegas.
- Esta é boa! E de primeiríssima! Quá! quá! quá! Com que então... Quá! quá! quá!
Você me arruina os fígados, homem! Se é pela continha dos cigarros, vá embora que me
dou por bem pago! Este Pontes tem cada uma...
(Monteiro Lobato. Urupês)
03) [1,0 ponto] Já no primeiro parágrafo:
a) Identifica-se o narrador em 3ª pessoa, observador.
b) Apresenta-se o conflito vivido pelo personagem.
c) Descreve-se o local no qual a ação ocorrerá.
d) Aponta-se a solução para o problema de Pontes.
e) Surgem dúvidas quanto à veracidade do relato.
04) [1,0 ponto] Geralmente uma narração apresenta uma ação particular que modifica o que
ocorreu anteriormente e uma ação decorrente da ação modificadora. No texto de Monteiro
Lobato, o desfecho:
a) Surpreende o leitor, pois tudo não passava de uma farsa encenada por Pontes.
b) É previsível, pois já no primeiro parágrafo o narrador dá indicações do que ocorrerá.
c) Não existe, Pontes desiste de seus planos antes de colocá-los em prática.
d) Corresponde ao fracasso de Pontes na sua tentativa de ser sério.
e) Choca os leitores mais conservadores diante de algo tão absurdo.
05) [1,0 ponto] A tentativa de Pontes de trabalhar com a administração pública:
a) Exigia que ele fosse simpático e engraçado.
b) Dispensava a necessidade de bom comportamento.
c) Refletia sua necessidade de aplausos.
d) Contrasta com a vontade de sua família.
e) Mostra o quanto ele queria ser levado a sério.
06) [1,0 ponto] Assinale a alternativa que identifica corretamente a figura de linguagem
presente em:
“repuxando risos ou matracolejando gargalhadas”
a) perífrase
b) prosopopeia
c) eufemismo
d) pleonasmo
e) onomatopeia
07) [1,0 ponto] Marque a alternativa que identifica corretamente a figura de linguagem
presente em:
“Você ao menos diverte, não é como o major Carapuça que caloteia de carranca ”
a) hipérbato
b) antítese
c) eufemismo
d) comparação
e) metáfora
08) [1,0 ponto] (PUC – SP) Nos trechos: “... nem um dos autores nacionais ou nacionalizados
de oitenta para lá faltava nas estantes do major” e “... o essencial é acharem-se as palavras
que o violão pede e deseja” encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de
linguagem:
a) metonímia e eufemismo
b) perífrase e hipérbole
c) metonímia e prosopopeia
d) prosopopeia e hipérbole
e) hipérbole e metonímia
09) [1,0 ponto] (FAAP) Em “cetim cor de céu e açúcar” mesclam-se os sentidos: cetim (tátil),
cor de céu (visual), açúcar (gustativo); fenômeno a que a língua dá o nome de:
a) anacoluto
b) sinestesia
c) silepse
d) sinédoque
e) prosopopeia
10) [1,0 ponto] (CESCEM) Sentou-se ____ máquina e pôs-se ____ reescrever uma ____
uma as páginas do relatório.
Assinale a alternativa que preenche corretamente às lacunas:
a) à / à / à
b) à / a / a
c) a / à / à
d) à / à / a
e) a / a / a

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