Convite Patrick Anderson.rtf - IEL
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Curso intensivo “Didática das línguas, linguagem e modernidade” Prof. Dr. Patrick ANDERSON (Universidade de Franche-Comté) É com prazer que, no âmbito dos Grupos de Pesquisa "Da Torre de Marfim à Torre de Babel" e “Vozes (In)fames: exclusão e resistência”, sob a coordenação da Profa Dra Maria José Coracini (Unicamp - IEL/DLA), convidamos todos os interessados a participarem do curso intensivo a ser ministrado pelo Prof. Dr. Patrick ANDERSON, da Universidade de Franche-Comté, Besançon (França). O curso acontecerá de 3 a 7 de maio no IEL, Sala dos Colegiados e Auditório do IEL, das 9h às 12h e das 14 às 17h. Os participantes receberão um atestado de frequência (75% de presença). Didática das línguas, linguagem e modernidade A visão mecanicista do que se entende por comunicação, com a valorização da língua delimitada como código, tendo por corolário a delimitação de um locutor soberano sobre o sentido e, consequentemente, mestre de seu dizer, impregnou, de fato, de forma duradoura, as opções dominantes da didática das línguas estrangeiras. Abandonar essa visão mecanicista equivale a delimitar um novo espaço – espaço da interlocução – espaço que só pode se construir a partir de uma mudança de paradigma. Nesta configuração, que coloca o agir no centro do processo da linguagem, encontra-se a questão do acesso à construção da fala de um sujeito. A partir do que precede e considerando que uma das formas da modernidade do século XX pode ser lida ao mesmo tempo numa certa valorização do útil e numa aversão à educação dita tradicional, sem que esta seja claramente definida, procuraremos mostrar que a Didática das Línguas Estrangeiras (DLE), ao deslocar a questão do saber, fixou uma outra relação, que tem origem numa tradição desenvolvida no mito rousseauista e que tem por consequência, ao mesmo tempo, ocultar a fala performativa do mestre e negar a positividade do ato de ignorar. Para a representação liberal em voga, a ilusão consiste em crer que, no ensino, o saber se transmitiria unicamente por simples colocação ou deslocamento dos actantes com uma obsessão compulsiva ao resultado e a crença num domínio total do processo. A aprendizagem estaria, entaão, delimitada em função de « boas práticas », as línguas estrangeiras seriam superposicionáveis e o dizer se tornaria: dizer a mesma coisa para fazer a mesma coisa, com a ajuda de competências idênticas. A partir desse quadro, gostaríamos de abordar a questão da apropriação de uma língua estrangeira a partir das três instâncias convocadas acima : o sujeito, a língua e o saber. Didactique des langues, langage et modernité La vision mécaniste de ce qu’il faut entendre par communication avec la valorisation de la langue délimitée comme code et qui a pour corollaire la délimitation d’un locuteur souverain du sens et par conséquent maître de son dire, a de fait, imprégné durablement les options dominantes de la didactique des langues étrangères. Abandonner cette vision mécaniste revient à délimiter un nouvel espace – espace de l’interlocution – espace qui ne peut se construire qu’à partir d’un changement de paradigme. Dans cette configuration plaçant l’agir au centre du processus du langage se trouve reposée la question de l’accès et à la construction de la parole d’un sujet. A partir de ce qui précède, en considérant qu’une des formes de la modernité du XXe siècle a pu se lire à la fois dans une certaine valorisation de l’utile et une aversion portée à l’éducation dite traditionnelle sans que celle-ci soit clairement définie, nous nous attacherons à montrer que la DLE en déplaçant la question du savoir en a fixé un autre rapport qui s’origine dans une tradition développée dans le mythe rousseauiste et qui a pour conséquence à la fois d’occulter la parole performative du maître et de nier la positivité de l’acte d’ignorer. Pour la représentation libérale en vogue, l’illusion consiste à croire que dans l’enseignement, le savoir se transmettrait uniquement par simple placement ou déplacement des actants avec une obsession compulsive du résultat et la croyance d’une maîtrise totale du processus. Apprendre serait délimité en fonction de « bonnes pratiques » Les langues étrangères seraient superposables et le dire deviendrait : dire la même chose pour faire la même chose à l’aide de compétences identiques. A partir de ce cadre, nous voudrions aborder la question de l’appropriation d’une langue étrangère à partir des trois instances convoquées supra : le sujet, la langue et le savoir. Références Agamben G., La communauté qui vient – Théorie de la singularité quelconque, Torino, Einaudi, 1990, Paris, Seuil, tr.fr. 1990. Arendt H., « Qu’est-ce que l’autorité ? » in La crise de la culture, Gallimard, Paris, tr.fr. 1972. Bakhtine M., Esthétique de la création verbale, (1979), Paris, NRF Gallimard, tr.fr., 1984. Beacco J.C. L’approche par compétences dans l’enseignement des langues, Paris, Didier, 2007. Goldschmidt G.A., A l’insu de Babel, Paris, CNRS éditions, 2009. Hassoun J ., L’exil de la langue, Paris, Point Hors Ligne, 1993. 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