1) Um
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1) Um
Cultura e desenvolvimento sustentável Rio+20 Rio de Janeiro, 19 / junho / 2012 1 Desafio Cultura e desevolvimento sustentável Dois conceitos muito vastos •Cultura (antropológica, social, economia criativa etc.) •Desenvolvimento (social, econômico, mundial/local etc.) O que é importante: a DURABILIDADE. O fator novo na equação Uma relação entre cultura e desenvolvimento sem conflitos. Desenvolvimento que leva em conta a cultura Cultura que contribui para o desenvolvimento 2 Desafio Os grupos ambientais conseguiram colocar a questão no topo da lista • Ameaças tangíveis • Conceitos e metodologia aceitos universalmente • Fatos mensuráveis • Objetivos e indicadores de execução Para o lobby cultural, os riscos e benefícios são intangíveis • Bem-estar espiritual dos povos tradicionais • Inclusão social através da participação e do diálogo intercultural • Reconciliação após um período de conflito • Melhoria do bem-estar pessoal e coletivo • A identidade pessoal influenciada pelas comunidades virtuais 3 Caminhos futuros Reivindicar uma menção da cultura como 4º pilar do desenvolvimento sustentável na declaração da Rio+20 (que tem mais de 60 páginas) talvez não seja suficiente para obter mudanças. E mudar as percepções. Por exemplo: • Os direitos individuais são universalmente reconhecidos. Não é preciso recorrer à Declaração Universal dos Diretos Humanos para que os cidadãos identifiquem violações e defendam seus direitos. Os meios de comunicação desempenham um papel de vigília. Idem para a biodiversidade e o meio ambiente, onde as convenções internacionais não precisam ser citadas. • Será que podemos encontrar histórias, imagens, dos abusos e das injustiças para demonstrar a necessidade da cultura ser reconhecida como um componente essencial do desenvolvimento sustentável? COMO LEVAR OS OUTROS A SE SENTIREM TÃO IMPLICADOS QUANTO NÓS NOS SENTIMOS? 4 PREAMBLE Desenvolvimento que leva em conta a cultura Cultura que contribui para o desenvolvimento • Harmonizar o discurso • Desenvolver conceitos e uma metodologia comum • Fatos mensuráveis • Objetivos e indicadores de execução ISTO É REALISTA? 5 Uma causa comum RENCY O Artigo 21 da Convenção sobre a diversidade das expressões culturais engaja as Partes a promovê-la em outros fóruns internacionais: tirar a cultura do meio cultural A Agenda 21 para a Cultura, que é promovida pela CGLU (Cidades e governos locais unidos), persegue o mesmo objetivo: a cultura como um aspecto transversal de planejamento e de desenvolvimento urbano. No contexto da Convenção da UNESCO, as Partes e grupos da sociedade civil incluem “outros fóruns internacionais” no seguinte sentido: PREAMBLE • Fóruns de comércio (OMC, tratados de livre-comércio bilaterais e regionais) onde a liberalização dos mercados ameaça a diversidade das expressões culturais • Com pouca preocupação e sem fazer ligação com os fóruns sobre o desenvolvimento sustentável Entretanto, os grupos ambientais e culturais compartilham uma causa comum: • A diversidade como indicador do estado de saúde da Terra e da humanidade • A diversidade como princípio democrático fundamental Vamos estabelecer um diálogo para ver como poderemos trabalhar juntos. 6 Conceitos em comum O que é « cultura e desenvolvimento »? Em diversos níveis: Bom para a ecologia • Redução da queima de carbono das atividades culturais e artísticas • Uso de métodos tradicionais, tais como tintas orgânicas e materiais recicláveis • Aproximar as atividades culturais dos públicos para reduzir o transporte Bom para o contribuinte • Atividades culturais que se tornam auto-sustentáveis • Desenvolvimento dos públicos para a educação artística • Programação de eventos que geram recursos por meio do turismo PREAMBLE Bom para os direitos humanos • Inclusivo, ao reconhecer as novas formas de expressão (jovens, imigrantes, deficientes) • Uma ampla participação do público por meio de uma oferta gratuita (entradas nos museus, cultura para todos, festa da música) 7 Conceitos em comum (continuação) Bom para a comunidade • A cultura integrada em todos os aspectos do cotidiano (na rua, nos hospitais, locais de trabalho, meio urbano) • Um espaço público para eventos culturais (o bairro dos espetáculos de Montreal) • Espetáculos gratuitos oferecidos por todos os grandes festivais Como um espaço público para eventos culturais pode contribuir para o desenvolvimento sustentável? Desenvolvendo o sentimento de pertencimento de uma comunidade, de experiência compartilhada, que conduz o cidadão a se orgulhar de sua cidade e de seus recursos, e de seu meio ambiente. Bom para as indústrias criativas • Riscos e benefícios compartilhados • Um lobby / leader de opinião importante • O resultado muito “visível” de uma política de desenvolvimento sustentável integrando a cultura Bom para a economia social • O setor informal (artesanato) • Mulheres e comunidades locais • Expressões culturais tradicionais, tangíveis e intangíveis Praça Cantão, favela Santa Marta, Rio de Janeiro 8 Ferramentas ARENCY para os gestores públicos Como tornar a cultura e o desenvolvimento « sustentáveis »? 1) “Ecossistema” de políticas que se reforçam mutuamente, com a contribuição do conjunto dos meios de intervenção do governo 2) Descentralização e devolução dos poderes 3) Modelo de governança que inclui a sociedade civil 4) Estratégia numérica para controlar o potencial da tecnologia 5) Desenvolver a criatividade 6) Engajamento dos cidadãos por meio de sua participação 9 Ferramentas ARENCY para os gestores públicos 1) Um “ecossistema” de políticas com a contribuição do conjunto dos meios de intervenção do governo • O ministério das Artes e da Cultura não tem nem a competência nem o conjunto dos instrumentos de política para apoiar o setor sozinho • As diferentes medidas formam um sistema que se retroalimenta e que poderá durar além do atual ministro ou da mais recente tendência da opinião pública • Quando o sistema é aberto e transparente, os grupos da sociedade civil e outras partes participantes velam para que ele favoreça o desenvolvimento das artes e da cultura Instrumentos de políticas: Regras sobre a propriedade Cotas de conteúdo Dons e contribuições Governança e capacidade institucional Fiscalidade Formação profissional e educação Estratégia digital Direitos autorais etc. 10 Ferramentas ARENCY para os gestores públicos 2) Descentralização e devolução dos poderes • Também chamada “subsidiaridade” pela União européia • Apoiando-se na noção de que a diversidade das expressões culturais é apenas um reflexo da diversidade da população, de seu ambiente e de suas necessidades • Que se pode compreender melhor e responder a essa complexidade ficando mais próximo, já que ela evolui constantemente, o que necessita que as políticas e prioridades sejam frequentemente revisadas (principalmente se a política visa a se abrir e incluir todas as expressões culturais) • Abandonar o modelo da “cultura oficial” – a serviço do Estado nacional e da elite dominante – para servir o povo através das expressões culturais de proximidade, nas quais as pessoas se reconhecem • O Brasil é um modelo. O Marrocos e o Burkina Faso também implementam reformas administrativas de descentralização, baseando-se no reconhecimento do princípio inelutável da diversidade das expressões • Incitar as regiões e as cidades a desempenhar um papel, permitindo-lhes dispor dos recursos humanos e financeiros adequados 11 Ferramentas PARENCY para os gestores públicos(continuação) 3) Um modelo de governança que inclui a sociedade civil • A Convenção sobre a diversidade das expressões culturais reconhece o importante papel da sociedade civil. Trata-se de um quadro de referência que serve de instrumento normativo internacional. • Uma sociedade civil mobilizada é uma garantia de continuidade, dadas as frequentes mudanças de ministros e de funcionários • Fazer a ligação entre os responsáveis políticos e as populações, de modo que as alterações nas realidades e necessidades possam ser explicadas e compreendidas pela burocracia • Tornar legítimas as políticas e prioridades, além de permitir aos responsáveis políticos se beneficiarem da percepção positiva da população em relação aos criadores (por exemplo, a Cidade de Londres identificou a comunidade cultural como grupo prioritário em seu plano de desenvolvimento sustentável, apesar do seu impacto ambiental ser bem menor do que o de outros setores econômicos) • Políticas bem sucedidas não resultam apenas de um bom planejamento, mas também de uma boa execução. Assegurar-se do apoio dos principais atores é essencial • Não pode haver diversidade das expressões culturais sem artistas engajados. • Os grupos da sociedade civil colaboram com diferentes redes internacionais e são capazes de adaptar essa competência ao contexto nacional. 12 Ferramentas PARENCYpara os gestores públicos(continuação) 4) Uma estratégia digital que aproveita inteiramente o potencial da tecnologia • Os jovens aprendem sozinhos as técnicas das comunicações de massa • Novas expressões culturais são produzidas e difundidas a custo baixíssimo • Novos modos de produção e de acesso, amplamente acessíveis • Os mecanismos de controle dessas novas expressões acabam se revelando inúteis • Dar provas de liderança, confrontando os principais desafios que se colocam às expressões culturais tradicionais • Ser pró-ativo significa não deixar os países e as empresas mais fortes dominarem o mercado • Conseguir compreender melhor o poder e a influência das comunidades virtuais • Alcançar novos mercados, recursos criativos, pontos de vista, formas de expressão • Forçar uma revisão dos modelos de financiamento das artes e da cultura existentes • Mobilizar a nova geração, já conquistada pelos princípios do desenvolvimento sustentável 13 Ferramentas PARENCYpara os gestores públicos(continuação) 5) Desenvolver a criatividade • As sociedades que encorajam a criatividade desenvolvem a inovação • Ela permite correr riscos e a expressão de uma liberdade individual • A capacidade de criar é o melhor meio de se adaptar às realidades em mutação e aos novos desafios • As partes interessadas estão melhor situadas para responder por si mesmas às suas necessidades • Quando a criatividade dá bons resultados, resulta um sentimento de experiência compartilhada e de se ter realizado alguma coisa • Isto dá aos cidadãos o sentimento de serem donos de seu próprio destino / identidade • A criatividade é uma forma de inteligência individual e coletiva. Isso contribui para definir a personalidade coletiva (ou seja, cidades criativas) • A criatividade atrai indivíduos criativos, dinâmicos e de espírito empreendedor • A criativide estimula a criatividade. Ela tem o potencial de ser autosuficiente • Ela dá aos cidadãos o sentimento de que seu país, sua região, sua cidade ou seu bairro tem alguma coisa de único a oferecer 14 Ferramentas PARENCYpara os gestores públicos (continuação) 6) Mobilização dos cidadãos, levando-os a participar • O objetivo principal: o desenvolvimento de públicos para apoiar uma diversidade de expressões culturais, existentes e emergentes • Quanto mais pessoas houver para participar das expressões da cultura, maior a possibilidade delas serem diversificadas e sustentáveis. O engajamento e a energia pessoais são recursos renováveis. • Exige passar de políticas de estímulo à oferta, para políticas de apoio à demanda. Modos de estimular a participação e a demanda: • Os estudos demonstram que a educação e a prática das artes em tenra idade desenvolvem uma apreciação das artes e da cultura, e uma abertura para diversas formas estéticas • Os festivais programados em Montreal oferecem atividades gratuitas em locais públicos. À medida que o gosto dos públicos se desenvolve, aumentam também as vendas de ingressos para as apresentações realizadas apenas em salas • Durante a 15ª edição das Jornadas da cultura do Quebec, mais de 2.500 atividades gratuitas foram oferecidas em três dias por 2.456 artistas, artesãos, organizações e profissionais da cultura, colaboradores e voluntários. Cerca de 200.000 cidadãos participaram das atividades. 15 A palavra final ARENCY “Como secretário geral da Federação internacional das coalizões para a diversidade cultural, acabei percebendo que minha contribuição mais útil é motivar as pessoas a agir, ao mesmo tempo em que elas são livres para decidir por si-mesmas como fazer, em função de seu próprio contexto e de sua própria criatividade. Nunca poderá haver recursos suficientes para substituir o efeito sustentável de um engajamento pessoal.” PREAMBLE Charles Vallerand 16 A Federação internacional das coalizões para a diversidade cultural conta com 43 coalizões nacionais distribuídas nos cinco continentes. Ela é reconhecida pela UNESCO como parceira oficial, com status consultivo e assento no comitê de ligação com as ONG. Esta apresentação está à disposição dos membros da Federação internacional das coalizões para a diversidade cultural e das organizações ou indivíduos interessados em apresentar a posição da sociedade civil sobre a implementação da Convenção sobre a proteção e a promoção da diversidade das expressões culturais, da UNESCO. [email protected] Secretariat 1210 Sherbrooke St. E., Montreal, Quebec, Canada H2T 2N7 T (514) 277-2666 • F (514) 277-9994 • www.ficdc.org 17